Na hora de arranque da temporada, o tetracampeão disse presente. Com uma entrada fulgurante dos Encarnados, aos onze minutos já o Vitória de Guimarães perdia por dois a zero. Os erros iniciais custaram demasiado caro frente a um Benfica em noite inspirada. Rui Vitória conquista a segunda Supertaça, Luisão torna-se o jogador benfiquista com mais troféus de sempre. A Águia está bem e recomenda-se.

Águia está bem e recomenda-se

O suíço está-se a afirmar como uma peça de encaixe rápido no ataque encarnado.

O suíço está-se a afirmar como uma peça de encaixe rápido no ataque encarnado.

A pré-temporada tinha deixado alguns adeptos apreensivos. As derrotas com o Young Boys e Arsenal, ambas volumosas, causaram preocupação. Mas à primeira ocasião a doer o tetracampeão português disse presente, alto e bom som.

É sempre preciso relativizar os resultados da pré-temporada. As fases de preparação de cada equipa são muito distintas. O Benfica optou por adversários de exigência elevada, alguns dos quais, como a formação suíça, estavam já focados no arranque das competições europeias. Ao mesmo tempo, Rui Vitória também foi gerindo a condição física dos jogadores, regressando de férias a conta-gotas, em consonância com os compromissos das respetivas seleções. Mas assim que o primeiro jogo a doer apareceu, a equipa estava pronta a corresponder.

Os Encarnados entraram no relvado a todo o gás, desbaratando por completo os Vimaranenses. Jonas aos sete e Seferovic aos onze colocavam o Benfica em vantagem no marcador, deixando o campeão da Liga NOS superconfortável para os restantes setenta e nove minutos do encontro. O desnível entre as duas formações era gritante e nesta altura temeu-se uma goleada.

Luisão histórico

Chegado à Luz em 2003, o capitão somou ontem o vigésimo troféu com a camisola dos Encarnados.

Chegado à Luz em 2003, o capitão somou ontem o vigésimo troféu com a camisola dos Encarnados.

Rui Vitória conquistou a segunda Supertaça, consecutiva. Luisão tornou-se o jogador encarnado com mais troféus ao serviço do clube que abraçou há catorze anos, com vinte: quatro supertaças, seis campeonatos, três taças de Portugal e sete taças da Liga. É obra. Mas o homem do jogo foi Pizzi. Nada que já não soubéssemos: quando o Benfica brilha mais alto há dedo, ou pés, de Pizzi no assunto. Foram dele duas das assistências – para o primeiro e último golo – a isolar os marcadores, Jonas e Jímenez. Uma última palavra para o instinto matador dos avançados do Benfica. Os três que entraram em campo encontraram o caminho para o fundo das redes à guarda de Miguel Silva. O mexicano voltou a ser o suplente de luxo que salta do banco para marcar quase de imediato. Mas o suíço continua a impressionar, pela forma como pegou de estaca no esquema benfiquista.

Correr atrás dos erros

O Vitória de Guimarães pagou caro os erros inicias, quase imaturos. Com dois golos sofridos antes do primeiro quarto de hora a equipa de Pedro Martins demorou mais outro tanto a recuperar do choque e estabilizar o seu jogo. O golo de Raphinha, a figura que se destacou na formação de Guimarães, antes do intervalo, permitiu que a equipa entrasse no segundo tempo com ânimo redobrado. Os Vimaranenses estiveram perto de conseguir a igualdade e animado pela reação o técnico resolveu tentar o tudo por tudo. Saíram Hélder Ferreira, João Aurélio e Hurtado – o peruano nunca se mostrou – e entraram Sturgeon, Alexandre Silva e Estupiñan. O risco era calculado e foi o Benfica a fazer o terceiro.

Foi pena a entrada desastrada dos Vimaranenses. A partida foi intensa mas sem aqueles minutos iniciais podia-se ter mantido em aberto até uma fase mais adiantada.