Cabo Verde – Angola (CAN 2013)
Os dois representantes lusófonos chegam ao derradeiro encontro do Grupo A da Taça das Nações Africanas com possibilidades de atingir os quartos-de-final. Cabo Verde, com dois pontos, ficará automaticamente apurado caso vença a partida, enquanto Angola terá que vencer e esperar que Marrocos não vença no outro encontro. A tarefa parece mais acessível aos cabo-verdianos, que para além de estarem à frente dos seus adversários, têm demonstrado um futebol de maior qualidade coletiva.
Lúcio Antunes já faz cartaz nesta CAN 2013, ao apresentar uma equipa muito consistente no último reduto, com excelentes rotinas na intermediária e com capacidade de criar perigo junto da área adversária. Toni Varela e Babanco são as duas figuras invisíveis deste conjunto. Os dois, enchem o meio campo, conseguindo tapar os caminhos para a sua baliza e participando ativamente, sobretudo Babanco, das ações ofensivas.
Platini e Ryan Mendes estiveram em grande plano frente a Marrocos, com muita velocidade e criatividade, a criar muito perigo e a fazerem uma grande jogada para o golo cabo-verdiano. Só o quebrar físico ao longo do jogo permitiu a Marrocos respirar e segurar mais a bola. Frente a uma equipa angolana que oferece muito espaço ao adversário, estes dois jogadores poderão ser decisivos para uma vitória e uma qualificação histórica para os quartos-de-final.
Na defesa, Vozinha voltou a mostra ser um grande guarda-redes, enquanto Nando e Fernando Varela são dois bons defesas-centrais, Nivaldo esteve num bom plano do lado esquerdo e Gegé parece ser uma muito melhor opção para a lateral direita da equipa. Dados os princípios táticos que têm sido habituais na equipa de Lúcio Antunes, espera-se uma equipa disposta a controlar a posse de bola, mas sem entrar em loucuras, já que os ouvidos estarão também no que se passará no Marrocos v África do Sul, onde uma vitória da equipa da casa permitirá aos cabo-verdianos avançar com um empate.
No conjunto angolano, Gustavo Ferrín já não consegue evitar as críticas às atuações do seu onze. O técnico chegou a esta CAN com a fama e o proveito de ter um conjunto que não sofria golos, mais equilibrado, mas na competição tem demonstrado muitas fragilidades e, acima de tudo, muitas opções questionáveis na equipa.
Na defesa, Lunguinha parece ser o maior problema de Angola. Em ambos os encontros, foi pelo lado direito que os adversários encontraram espaço para evoluir e criar perigo (e golos). Lunguinha tem um posicionamento deficiente para a posição que ocupa mas sofre mais por consequência da falta de um verdadeiro número seis nesta equipa. Dedé é quem tem essa missão, mas sai muitas vezes da sua posição, enquanto Pirolito, com uma missão mais participativa ofensivamente, descura demasiadas vezes o trabalho na defesa.
Isso cria um imenso espaço à frente da defesa, que não tem sabido resolvê-lo quando tem pela frente vários jogadores rápidos, como aconteceu no jogo com Marrocos e voltou a acontecer com a África do Sul. Dadas as características da equipa de Cabo Verde, se nada for feito por Ferrín, os problemas tendem a multiplicar-se.
Na frente, e dada a falta de um verdadeiro número 10 no conjunto angolano, Mateus parece ter sido abandonado numa faixa, com Manucho e Guilherme a ficarem sem bola durante a maior parte do tempo de jogo. Mingo Bille esteve bem quando utilizado na primeira partida e poderia ser uma opção a ter em conta, tal como Amaro, a servir os jogadores das posições mais avançadas. Geraldo e Gilberto são outros dois jogadores com possibilidade de dar mais preponderância ao meio-campo angolano, mas não têm estado à altura das responsabilidades nesta competição.
As duas seleções tê apenas encontros amigáveis no seu historial, sendo o jogo deste domingo o primeiro oficial entre Angola e Cabo Verde. Na última partida disputada, Cabo Verde venceu por 1-0, podendo dar sinais de que é, agora, uma equipa mais poderosa do que o seu rival:
Angola | 0-1 | Cabo Verde | Amigáveis 2009 |
Angola | 2-1 | Cabo Verde | Amigáveis 2005 |
Cabo Verde | 1-1 | Angola | Jogos Amigáveis 2000 |
Cabo Verde | 2-3 | Angola | Jogos Amigáveis 1988 |
Cabo Verde parece ser a equipa, das duas, que mais probabilidade tem de chegar aos quartos-de-final, tendo para isso que alcançar a sua primeira vitória na CAN. Ao consegui-lo, terá um sucesso merecido, mas uma reação angolana na última jornada, depois da desilusão nas jornadas iniciais, poderá deitar tudo a perder.
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