Mais uma vez um dos favoritos deste Euro 2016 sofreu até ao fim para garantir uma estreia com pé direito. A bicampeã europeia investiu muito contra a muralha checa mas acabou por ser a cabeça de Gerard Piqué a romper o bloqueio. Mérito para a República Checa, que utilizou as armas à sua disposição – disciplina e capacidade de sacrifício – e quase conseguiu um ponto de recompensa.

A bicampeã europeia teve que esperar até aos oitenta e sete minutos pelo golo da vitória.
Vitória de Espanha foi parto difícil
À semelhança do que aconteceu com a França no jogo de abertura também os espanhóis precisaram de paciência e persistência para garantir a vitória. Não foi uma partida nada fácil para La Roja. A República Checa sabia não ter condições para disputar a posse de bola nem a ocupação dos espaços com os bicampeões europeus e utilizou as armas que tinha ao seu dispor. Foram dez jogadores de campo a defender, recuados, com grande concentração, disciplina e capacidade de sacrifício.
Álvaro Morata foi o escolhido por Vicente del Bosque para alinhar de início. Teve bons apontamentos e fez o possível dentro das condicionantes. O jogador da Juventus é um avançado que funciona muito melhor nos espaços, tendo que recuar ou lateralizar para ir buscar bola. Ora, aqui o que se viu foi a linha defensiva de Espanha já bem dentro do meio-campo checo, o que pressupõe um enorme congestionamento nos últimos onze metros.
À passagem da hora de encontro o selecionador espanhol trocou de avançados e fez entrar Aduriz. Nada como um ponta-de-laça mais posicional para um jogo sobrepovoado na faixa de terreno em frente à baliza adversária. A forma como o basco utiliza o físico, assim como a capacidade de impulsão, ajudavam bastante a lidar com o lado atlético da defensiva checa. Mas do ponto de vista de concretização Aduriz não foi mais feliz do que Morata.

Gerard Piqué deu o melhor seguinto ao cruzamento de Iniesta, rompendo o bloqueio checo.
Foi preciso cabeça para romper o bloqueio
A Espanha insistia muito no jogo interior e lá ia tentando furar as trincheiras checas. Iniesta foi sem dúvida o melhor em campo. A beleza do bailado do médio do Barça e sublinhada pela estatística: só oito dos noventa e três passes que fez esta tarde não chegaram ao destino. Nolito também merece destaque, a trabalhar muito, cada vez a funcionar mais como um segundo avançado. Na segunda metade já mostrava sinais naturais de desgaste e deu lugar a Pedro Rodríguez. David Silva também subiu de rendimento no segundo tempo e foi dele um passe delicioso que isolou Jordi Alba em frente a Petr Cech.
À medida que o tempo ia passando a Espanha ia sentindo a pressão e a República Checa ia recebendo oxigénio. Aos sessenta e cinco Fabrègas tirou o pão da boca dos checos, aliviando uma bola que Kaderábek se preparava para encostar para golo.
O bloqueio persistia e acabou por ser a cabeça de Gerard Piqué a salvar La Roja. O central do Barcelona finalizou da melhor maneira o cruzamento do companheiro Andrés Iniesta e aos oitenta e sete minutos a Espanha pode finalmente respirar. A cabeçada de Piqué foi bem-sucedida onde as diversas investidas de Morata, Aduriz, Alba e David Silva fracassaram. O orgulhoso catalão salvou a honra de Espanha. E nem sequer é a primeira vez. Era importante entrar bem e La Roja cumpriu. Venha o próximo. (A Turquia, na sexta-feira.)
Boas Apostas!