Não sei se terá sido o jogo mais importante da sua carreira, o futuro dirá. Mas ontem à noite Yacine Brahimi foi o homem do jogo no Dragão. Foi também a noite em que passou a fazer parte de um clube restrito de jogadores que fizeram um hat-trick no seu jogo de estreia na Liga dos Campeões. O internacional argelino chegou ao Porto com o rótulo de médio ofensivo mas Lopetegui viu nele o faro para marcar e incentivou-o a tornar-se um goleador. O retorno foi imediato.
Estreia de sonho na liga milionária
Há quase ano e meio que o Porto não vencia, em casa, em jogos da Liga dos Campeões. Voltou a fazê-lo esta quarta-feira e em grande estilo. O instigador foi Yacime Brahimi. Fixem o nome porque este é dos bons. Porque marcou três golos, todos diferentes, na sua partida de estreia no palco maior do futebol europeu? Sim, afinal é apenas o sexto a conseguir esse feito, desde que a liga milionária assumiu o formato que agora lhe conhecemos, há vinte e dois anos. Mas sobretudo porque é um daqueles jogadores capazes de incendiar um jogo, de pegar na bola e só parar na grande área contrária, como ele fez no segundo golo. Brahimi recebeu uma merecida ovação em pé por parte dos adeptos azuis e brancos, a quem ele tem agradecido, repetidamente, todo o apoio desde que chegou ao Dragão. Foi a segunda homenagem do género que lhe prestaram, o que em tão pouco tempo no clube é bem significativo. Yacine corre o risco de se tornar o novo menino querido da nação portista.
No Dragão Brahimi está em casa
Este momento de afirmação não é nenhuma surpresa para quem acompanha a carreira do jovem de vinte e quatro anos. Talento foi algo que lhe detetaram bem cedo. À saída do Rennes chamaram-lhe impaciente. Brahimi queria jogar mais, ter oportunidades, ser titular, evoluir. É um jogador ambicioso, no melhor sentido da palavra, e com um temperamento emotivo. Que no Rennes por vezes sentia que o sistema de jogo lhe roubava algum do prazer de jogar. Como ele mesmo admitiu, quando se mudou para Espanha, o estilo de jogo praticado na Península é aquele em que se sente como peixe na água. Mais tecnicista, mais intenso, mais orientado para o golo. Esta sua mentalidade encaixou como uma luva na filosofia e estrutura de Julen Lopetegui. Um jogador jovem, talentoso, a precisar de orientação para atingir todo o seu potencial. Com os adeptos foi amor à primeira vista.
O despontar de uma estrela
Brahimi chegou ao Dragão sem grande alarde, no meio de uma revoada de contratações do clube das Antas. O Porto pagou ao Granada seis milhões e meio de euros pelo passe do argelino e quase de imediato passou oitenta por cento dos direitos económicos ao Doyen Sport. A esta altura, já a direção da SAD azul e branca deve andar a planear resgatar essa participação ao fundo de investimento para poder gerir da melhor forma, e sem interferências, a futura carreira do jovem médio. Se até ontem havia quem desconhecesse o nome, hoje Brahimi é destaque em tudo o que é imprensa desportiva. No Dragão está a despontar uma estrela. Será a única?
Boas Apostas!