Os clubes que ascendem à Premier League sabem que enfrentam um desafio muito complicado para evitar o sobe e desce e cada um prepara-se como pode. O Middlesbrough, de Aitor Karanka, mergulhou de cabeça no mercado para reforçar o plantel. É uma estratégia compreensível para quem espera um subida no nível da concorrência. Já o Hull City está em suspenso. Depois de garantir a promoção vencendo o play-off o clube viu Steve Bruce apresentar a demissão e está entregue ao seu número dois, até novas ordens. Contratações zero. Por este andar, o regresso ao primeiro escalão será breve.
Boro atira-se ao mercado

Karanka recebeu injeção de recursos mas o maior desafio será manter o grupo unido nos momentos de adversidade.
O Middlesbrough regressa à Premier League depois de sete temporadas consecutivas a patinar no Championship. Houve altos e baixos mas só quando Aitor Karanka assumiu a direção técnica, em novembro de 2013, o clube evoluiu consistentemente até à ansiada subida.
O antigo adjunto de Mourinho no Real construiu a equipa de trás para a frente mas o Boro está longe de ser uma equipa defensiva. Aliás, é uma formação que gosta de ter o controlo das partidas e se dá pior com adversários que estacionam o autocarro.
Ao terminar a primeira volta o Middlesbrough parecia imparável mas uma sucessão de derrotas inesperadas perturbou o grupo e comprometeu a prestação no campeonato. Desentendimentos entre o treinador e jogadores quase levaram à saída do espanhol mas fizeram as pazes e lá conseguiram terminar a época no segundo lugar e a respetiva promoção automática.
Ao contrário do Burnley, o Boro andou muito ativo no mercado de verão. Karanka reforçou-se com dois guarda-redes: Brad Guzan do Aston Villa e Victor Valdés, do United, a custo zero. Reforçou também a defesa, com dois compatriotas. Bernardo Espinosa é um central que vem do Gijón e Antonio Barragán, defesa direito, foi contratado ao Valência por quase três milhões de euros. A verba mais elevada foi gasta num médio holandês, Marten Roon, que chega do Atalanta por quinze milhões. Gastón Ramiréz, médio ofensivo que sai do Southampton e Álvaro Negredo, que chega por empréstimo dos Che, são reforços importantes para o ataque.
O Boro aproveitou o mercado para acrescentar qualidade ao plantel e por esse prisma marcou a posição. Mas em ano de subida a pressão é muita e é natural que os desentendimentos passados voltem ao de cima em momentos de adversidade. Ter que integrar tantos reforços também pode levar o seu tempo.
Hull à deriva

A dupla tem sido o motor dos Tigers mas a indefinição quanto ao treinador tem a equipa em suspenso.
O Hull City garantiu a subida via play-off, batendo na final o Sheffield Wednesday de Carlos Carvalhal. O motor dos Tigers é a parceria entre Livermore e Huddlestone. Mas esta é uma equipa que oscilou entre exibições de qualidade e verdadeiros apagões. E para ajudar, Steve Bruce resolver apresentar a demissão no arranque da pré-época, frustrado com a falta de apoio às suas iniciativas no mercado de transferências. Mike Phelan, o seu número dois, assumiu a preparação do grupo de forma interina. Da forma como a situação tem evoluído, ou seja, na ausência de novidades, o antigo assistente de Ferguson vai ter que assumir o comando pelo menos no jogo de estreia, frente ao atual campeão. Mas ao que parece a direção continua a procurar um treinador, depois de tentar Chris Coleman e Roberto Martínez, sem sucesso.
A equipa conseguiu evitar saídas até ao momento, à exceção de Mo Diame, que rumou ao Newcastle. Mas com as indecisões ainda não houve entrada de reforços. Robson-Kanu era um nome que parecia praticamente acertado mas que ficou em banho-maria quando Bruce saiu de cena. Ainda há tempo para recuperar do atraso, até 31 de agosto. Mas os Tigers são fortes candidatos a uma temporada para esquecer no regresso à primeira liga. Que por este caminho será breve.
Boas Apostas!