Liga dos Campeões – Nenhuma das equipas portuguesas estará na próxima fase da maior prova do futebol europeu de clubes, depois de Benfica e FC Porto terem falhado o objetivo a que se propunham no início da temporada. Num ano em que a final se disputará no Estádio da Luz, o falhanço das equipas portuguesas tem ainda mais impacto, não se prolongando a expetativa de ver um emblema português a disputar o título europeu em casa.
A queda do FC Porto provocou maior estrondo. Entrando como cabeça-de-série, o sorteio parecia ser até bastante favorável aos Dragões, dividindo o favoritismo com os espanhóis do Atlético de Madrid. No entanto, a equipa de Paulo Fonseca terminou esta fase sem conseguir qualquer vitória em casa e somando apenas cinco pontos em seis encontros. As fragilidades dos azuis e brancos foram demasiadas para conseguir algum tipo de brilho na Europa, com o maior problema a estar na frente de ataque, que garantiu apenas quatro golos. Os problemas da equipa estão identificados e, desde às faixas laterais, ao meio-campo e no ataque, a equipa precisa de reforços para poder enfrentar a segunda metade de temporada.
Mais ingrata a eliminação do Benfica, que alcançou dez pontos, acabando eliminado no confronto direto com o Olympiacos, equipa frente à qual fez a melhor exibição desta competição. Jorge Jesus pode ter negligenciado o valor dos seus adversários, já que apesar de reconhecer a qualidade do Paris SG, pareceu só sentir a força dos gregos depois de empatar a partida no Estádio da Luz. De resto, o Benfica foi a única equipa do grupo a conseguir bater o Paris SG e, com esse resultado na última jornada, acabou por garantir alguma vantagem para o sorteio da Liga Europa.
Em suma, o que aconteceu na fase de grupos da Liga dos Campeões demonstrar duas coisas. Em primeiro lugar, o nível das equipas de topo em Portugal parece ter decrescido em relação a anos anteriores, já que ambas acabaram por revelar défice competitivo frente a conjuntos de países que estão abaixo no ranking (Grécia, Rússia, Áustria…). Em segundo lugar, Benfica e Porto entraram na prova sem a mesma dedicação de anos anteriores. O início algo tremido de ambos na Liga ZON Sagres pode ser uma das causas, mas nenhum dos conjuntos colocou na Liga dos Campeões o tipo de ambição que acabou por ser chave em sucessos passados. E isso tornou o preço da eliminação ainda mais caro.
A surpresa
Entre os apurados não haverá propriamente uma surpresa, já que todos os clubes que estarão nos oitavos-de-final têm experiência prévia nessa fase da prova. No entanto, o Galatasaray conseguiu surpreender a Juventus, campeã italiana, e merece nota pelo facto. Para além disso, os turcos tiveram dois treinadores neste período, com Fatih Terim a iniciar a prova e Roberto Mancini a completar o desafio. Num plantel com várias estrelas, o Galatasaray teve uma noite péssima na primeira jornada, com uma derrota por 1 a 6 frente ao Real Madrid, mas manteve a sua capacidade de luta até ao final. Frente a uma Juventus mais do que desinspirada, os turcos garantiram um desejado apuramento. Outras equipas merecem ainda uma nota de destaque. O Viktoria Plzen e o Ajax estarão na Liga Europa, os checos devido a um bom desempenho no último jogo, frente ao CSKA Moscovo, os holandeses lutando até ao último minuto por algo mais, num grupo onde estavam AC Milan e Barcelona. Finalmente, o Áustria de Viena foi o quarto classificado com mais pontos, demonstrando uma combatividade que não se imaginaria possível vinda da Liga Austríaca.
A desilusão
Para além da não qualificação das equipas portuguesas e da Juventus, a equipa a merecer uma pior avaliação nesta competição foi a Real Sociedad. A equipa espanhola trazia algumas ambições, depois de uma excelente temporada na Liga BBVA e de uma prova de força no playoff. No entanto, num grupo de nível de dificuldade alto, o Real Sociedad somou apenas um ponto, num empate caseiro, a zero, frente ao Manchester United. Muito pouco, mas, de certa forma, compreensível, tendo em conta as dificuldades que vai tendo também no seu campeonato.
Boas apostas!