Barcelona – Leicester City (Taça Internacional dos Campeões)
Se há um ano dissessem aos jogadores e técnico do Leicester City que estrariam a fazer a pré-temporada com o Barcelona, o riso seria a reação natural. Mas enquanto campeões em título da Liga Inglesa, é mesmo isso que os espera. Os Culé fizeram o primeiro joga da pré-época frente ao Celtic, com várias ausências notórias, mas nem assim os escoceses tiveram hipótese. Os Foxes levaram um banho de humildade frente ao PSG, que já está bastante adiantado na sua preparação. Mas a experiência serve para perceberem aquilo que terão pela frente, na elite do futebol europeu.
O Barcelona foi a Glasgow para o primeiro desafio da pré-temporada, integrado na Taça Internacional do Campeões. A comunicação social destacou o facto dos Culé irem a jogo sem um grande número de estrelas, o que é verdade. Mas sejamos honestos, mesmo os menos utilizados no plantel do Braça têm mais futebol rodagem e capacidade competitiva que os titulares do Celtic. A pedalada é outra, não há como negar. Muitos foram os que referiram a ausência de Neymar, ao serviço da seleção olímpica do Brasil, mas sente-se pouco ou nada a sua falta. Sem desmerecer, estamos na pré-temporada. E o Barcelona tem outros jogadores rápidos e desequilibradores para dar conta de adversários que também estão em fase de encaixe. A ausência do patrão da defesa – Piqué – e o mago do meio-campo – Iniesta – poderiam ser mais impactantes. Poderiam, não estivéssemos em jogos-treino com o Celtic (3-1). Arda Turan abriu o ativo logo aos onze minutos e Leigh Griffiths igualou aos vinte e nove. Mas um autogolo de Ambrose, aos trinta e um, secundado pela concretização de Munir, dez minutos mais tarde, sentenciou para que lado a balança ia inclinar, em definitivo.
O Barcelona joga ainda com o Liverpool, na Internacionals Champions Cup, e termina a pré-época com um jogo frente à Sampdoria. No dia onze arranca a temporada oficial, com a primeira mão da Supertaça Espanhola, frente ao Sevilla no Ramón Sánchez Pizjuán.
Onze Provável: Masip – Aleix Vidal, José Martínez, Mathieu, Cámara – Denis Suárez, Sergi Roberto, Turan – Messi, Luis Suárez, Munir.
Há um ano o Leicester City teve jogos-treino com adversários da bitola de um Roterdam, Burton ou Birmingham. Doze meses mais tarde está a preparar a temporada que se avizinha com equipas do calibre de um PSG e Barcelona. Quem diria? São os condicionalismos do campeão inglês e ainda que isso custe a interiorizar, é isso que o Leicester é.
Mas isto não é nada fácil, nem automático. A maior parte destas superequipas tiveram anos para chegar à elite do futebol europeu. E as primeiras experiências não foram famosas. Basta pensar nos milhões que o clube parisiense gastou na última década e que só agora começa a ser levado a sério como candidato à Liga dos Campeões. Fala-se de uma humilhação dos Foxes frente à equipa de Emery, no passado sábado. Eu acho que foi só um choque com a realidade. Não para arrasar mas para dar real noção de que ainda têm um longo caminho pela frente até que possam jogar de igual para igual com esta oposição com naturalidade.
Cavani, de penalidade, Ikone, Lucas Moura e Édouard fizeram os tentos para os franceses e o Leicester ficou a zero. Mas é preciso perceber que a equipa francesa já está numa fase bastante adiantada de preparação e que é enorme a pressão sobre os ombros do treinador espanhol. A experiência também pode ajudar Claudio Ranieri a convencer os jogadores que é preciso aumentar os níveis de concentração. É muito bonito o que estão a viver mas se não quiserem ser saco de pancada, mesmo em jogos a feijões, não podem relaxar nem por um instante.
Onze Provável: Schmeichel – Luis Hernández, Morgan, Huth, Chilwell – Mahrez, Mendy, Drinkwater, Schlupp – Ulloa, Musa.
Será uma estreia histórica, este confronto entre o campeão-surpresa da Premier League e campeoníssimo Barcelona. Estou curiosa para ver a reação dos Foxes.