Um é o finalista da Liga dos Campeões. O outro é treinado por um português que o ano passado era treinador do Rio Ave. Estão em terceiro e quarto lugar em La Liga, separados por um único ponto. Ontem emcontraram-se em Madrid e não conseguiram mais que um empate. Continua tudo na mesma. Melhor para Nuno Espírito Santo que foi buscar um ponto a casa de Diego Simeone.

Foi um jogo intenso, mas muito jogado a meio-campo, não havendo grandes oportunidades de golo de parte a parte, com excepção dos golos que surgiram de bola parada.

Se do lado colchonero jogaram dois “portugueses” ex-benfiquistas, Tiago e Siqueira, do lado che, jogaram também três “portugueses” ex-benfiquistas, André Gomes, Enzo Pérez e Rodrigo. Uma verdadeira equipa de futsal benfiquista. Mas nunca estiveram os cinco em campo ao mesmo tempo. Tiago e Siqueira, do Atletico Madrid, jogaram os 90′, mas do lado do Valencia CF, Enzo Pérez saiu para a entrada de André Gomes, e Rodrigo entrou aos 58′ para substituir Feghoull.

Uma Equipa Muito Faltosa

A jogar em casa, o Atletico Madrid de Diego Simeone sentiu a obrigação de mandar no jogo, de o controlar, de ditar as ordens. Com uma equipa tão tecnicista como o Valencia CF, os colchoneros recorreram muitas vezes à falta, tendo acabado com um recorde de 22 faltas cometidas em todo o jogo. De qualquer forma, essa foi a forma encontrada pela equipa da casa para parar o impeto do adversário que, a espaços, surgia temerária na tentativa de marcar golo na baliza de Moya. Mas era com dificuldade que conseguia-se aproximar da baliza adversária. Do mesmo mal se pode queixar o Atletico Madrid que sofreu para se aproximar da baliza contrária e só tendo conseguido chegar ao golo, aos 33′, num lance de bola parada, estudado, pois é nestas bolas que o Valencia CF mais tende a sofrer golos. O golo nasce, também, de uma assistência de Tiago que amortece a bola com o peito, para o remate de Koke.

Atletico Madrid

Num jogo muito disputado a meio-campo, o Atletico foi muito faltoso

Durante o resto da primeira parte e uma grande parte da segunda, o jogo limitou-se a ser jogado nos meios-campos das duas formações, surgindo, muito raramente, junto das áreas das equipas. Aos 70′, Tiago podia ter terminado com o jogo, mas rematou à barra.

E como costuma dizer-se, se uma equipa não marca, arrisca-se a sofrer, e o Atletico Madrid não conseguiu matar o jogo e acabou por sofrer o empate, 8′ mais tarde, também de bola parada, e numa recarga de cabeça, a uma bola rechassada pela barra.

Apercebendo-se da capacidade de concretização, o Valencia CF tentou partir em peso para o ataque à procura do segundo golo, sentindo que era possível, ainda, a vitória. Mas o jogo agressivo e muito faltoso da equipa da casa acabou por conseguir impedir a equipa de Nuno Espírito Santo de levar a melhor.

No final do encontro, o treinador colchonero, Diego Simeone, acabou por considerar este resultado justo, e afirmando que a sua guerra é com o Valencia CF e o Sevilla, que a batalha pelo campeonato está destinada, somente, a Real Madrid e FC Barcelona.

A Equipa-Formiga

A equipa de Nuno Espírito Santo, o Valencia CF, está a fazer um bom campeonato e a ser uma boa surpresa, ainda para mais com um treinador tão novo e com um currículo tão curto (saiu do Rio Ave para o Valencia CF) e que no início da temporada liderava a tabela de apostas sobre qual seria o primeiro treinador a ser despedido.

Valencia CF

Aos poucos, a equipa de Nuno Espírito Santo disputa um capeonato com o Atletico Madrid e o Sevilla

Não só não foi despedido, como está a fazer um excelente campeonato para quem só agora aqui chegou. E está, segundo o adversário deste fim-de-semana, no campeonato do Atletico Madrid, campeão em título, mesmo que agora se afaste dos dois galácticos que lutam este ano pelo título de La Liga.

Este Valencia CF de Nuno Espírito Santo vai amealhando pontos para fazer o seu campeonato-surpresa, como uma formiga em trabalho, pouco-a-pouco, a preparar o Inverno, indo apanhando um ponto aqui, outro ali. Por exemplo, em relação ao Atletico Madrid, atrás de quem está 1 ponto, o Valencia leva vantagem no confronto directo, pois ao empate de ontem, pode juntar a vitória da primeira volta. E Nuno Espírito Santo já se aventura a dizer que, com o tempo, pode discutir o jogo com qualquer adversário.

E a verdade é que o treinador português está a fazer um bom trabalho na cidade de Valencia. Se há que pague bom dinheiro por algumas boas contratações, também é verdade que elas só rendem porque alguém as consegue pôr a render. Esse é o mérito de Nuno Espírito Santo. Usar os bons jogadores que o Valencia CF tem e colocá-los a jogar em conjunto, funcionando como uma equipa surperlativa.

O Valencia CF está com 54 pontos, menos 1 que o Atletico Madrid, que tem 55, resultado de 16 vitórias, 6 empates e 4 derrotas. É, aliás, juntamente com o FC Barcelona, a equipa com o menor número de derrotas em La Liga: 4, as mesmas que o FC Barcelona. Com 46 golos marcados e 22 golos sofridos. O que a torna, também, na segunda equipa com menos golos sofridos, logo atrás do FC Barcelona, que somente sofreu 16 golos.

Ponto-a-ponto lá vai a equipa de Nuno Espírito Santo cavalgando a tabela classificativa de La Liga. Surpreendendo tudo e todos. Sem virar a cara à luta, Uma luta contínua, à qual não se vira a cara.

Boas Apostas!