Borussia Dortmund, Bayern Munique, Barcelona e Real Madrid, eis os quatro apurados para as meias-finais da Liga dos Campeões, resultado de duas noites onde a emoção foi rainha e as surpresas estiveram bem perto de acontecer.
Sem Messi/ com Messi
Esta noite, no Camp Nou, houve um Barcelona sem Messi e outro Barcelona com Messi, que entrou aos 62 minutos, dando alguns sinais de estar afetado por lesão, mas sendo capaz de tocar na bola suficientes vezes para transformar a sua equipa num apurado. Antes e depois desse momento, esteve em campo um Paris SG brilhante. Ancelotti juntou Verratti e Thiago Motta a dar consistência ao meio-campo, abriu Lavezzi e Pastore nas alas, ofereceu o terreno ofensivo a Lavezzi e Ibrahimovic, sempre a jogar com qualidade na saída de jogo, de pé para pé, com muita velocidade e com excelente dinâmica no momento defensivo, obrigando o Barcelona a abdicar, durante grande parte do jogo, dos seu adorado tiki-taka.
Simplesmente Messi
Para o Barcelona, ter conseguido chegar ao intervalo empatado a zero, foi uma vitória. A equipa de Tito Vilanova não era capaz de reagir perante a qualidade dos franceses, e estes por mais de uma vez levaram grande perigo junto da baliza blaugrana. Valdés foi, nesse período, o herói do jogo, mantendo as redes a salvo de um dissabor. O golo haveria de surgir logo no reatar da partida, com Pastore a aparecer solto no lado esquerdo e a fazer o 1-0. Perto da hora de jogo, Adriano caía lesionado, e as movimentações do banco do Barcelona indicavam a proximidade da mudança. O brasileiro deu o seu lugar a Bartra e Messi entrou para a posição de Fàbregas. O jogo já não voltaria a ser o mesmo.
Messi não está no seu melhor, nem poderia estar. Ainda assim, a equipa do Barcelona, a perder, precisava da sua presença no relvado. E, na verdade, Messi não precisa de muito para mostrar que é o melhor do mundo. Dois ou três toques na bola, a verticalidade das suas deslocações e o futebol do Barcelona ganha uma outra cara. Tanto que, aos 71 minutos, depois de Messi ter escapado a Verratti, a bola acaba por chegar aos pés de Pedro que rematou para o fundo da baliza. O Paris SG ainda tentou voltar a marcar, mas em vantagem, o Barcelona não permitiu que a bola fugisse, durante muito tempo, ao seu controlo. Os catalães chegam às meias-finais sem ganhar nenhum dos jogos frente ao Paris SG, que deu hoje a ideia de que está a formar um poderoso candidato para a próxima temporada.
Quanto valem três golos? – I
Mais Borussia, meno Málaga
Para o Borussia, uma meia-final na Liga dos Campeões. Um jogo louco no Westfalenstadion, com o Málaga a apresentar-se bastante mais forte na primeira metade, quando Joaquín marcou o primeiro golo para os espanhóis e esteve perto de conseguir aumentar a parada, não fosse Weidenfeller se mostrar a grande nível. Do outro lado do campo, Willy Caballero respondia na mesma moeda, apenas não conseguindo evitar o golo de Lewandowski, depois de genial passe de Reus, perto do intervalo. Empatado a um, Klopp e Pellegrini acreditavam nas suas apostas iniciais, e só depois dos 70 minutos se propuseram a alterar o xadrez das equipas. Do lado dos alemães, Schieber entrou para a frente de ataque, recuando Lewandowski para as suas costas, e Sahin para o lugar de Bender, dando um teor mais ofensivo à linha da intermediária. Já do lado dos espanhóis, a opção passou por refrescar nas faixas, com Eliseu a entrar para o lugar de Duda.
Havia de ser o português a aparecer a finalizar uma jogada de Julio Baptista, colocando o Málaga na frente a dez minutos do final. No entanto, não se baixaram os braços em Dortmund. O Borussia colocou todas as suas forças no meio campo adversário, pressionando com bolas altas, acabando por conseguir o desejado. Primeiro por Reus, depois por Felipe Santana, em bolas lançadas para área, beneficiando também de alguma permissividade da defesa espanhola. O Borussia Dortmund é um justo semi-finalista, tal como seria o Málaga se tivesse conseguido defender melhor nos minutos finais da partida. Os espanhóis apresentaram queixas sobre a arbitragem, mas os erros do homem do apito acabaram por ser distribuídos pelos dois lados. Num jogo de grande qualidade, o importante é mesmo o futebol.
Quanto valem três golos? –II
Cristiano Ronaldo resolveu
Para o Real Madrid, um pequeno susto. Para José Mourinho, mais audiências na televisão. O Galatasaray – Real Madrid tinha tudo para ser um jogo desinteressante, e a primeira parte parecia confirmar isso mesmo. Cristiano Ronaldo fez um golo para os espanhóis e tudo estava decidido. Ou, pelo menos, assim parecia. Porque no segundo tempo, depois de Amrabat para o lugar de Altintop, a equipa turca transfigurou-se e, aproveitando um ligeiro adormecimento do Real, lançou a confusão na eliminatória. Eboué, Sneidjer e Drogba fizeram uma pequena mostra de como se marcam grandes golos. O primeiro a rematar em força à entrada da área, o segundo penetrando em espaço vazio, o terceiro dando um toque de calcanhar, batendo a marcação de Varane.
A explosão de emoções entre os adeptos turcos ajudava à festa, mas o Real Madrid, ainda que respeitando o crescimento do Galatasaray, nunca pareceu realmente em perigo de sair de Istambul eliminado. A entrada de Benzema ajudou o seu jogo a estender-se pelo ataque, segurando melhor a bola, e mesmo com Arbeloa a ser expulso, numa jogada em que viu dois amarelos, o Real teve ainda capacidade para que Cristiano Ronaldo marcasse pela segunda vez. José Mourinho pode ter razão quando diz que o que aconteceu na segunda parte deu mais interesse ao jogo, mas também é certo que terá reconhecido no que aconteceu algumas fragilidades que terá que contornar, se quiser mesmo ser campeão europeu este ano.
No outro jogo da noite de hoje, o Bayern Munique foi a Turim repetir o resultado alcançado no seu estádio. Mandzukic e Pizarro foram os autores dos golos. Assim, campeão e vice-campeão da Bundesliga e da Liga BBVA (que vão trocar de posições no final desta temporada, em ambos os casos) seguem em frente, numa Liga dos Campeões que tem quatro candidatos em iguais condições para a conquistar.
