Na última partida de 2016 o Manchester City foi perder a Anfield e caiu para o quinto posto na Premier League. O Liverpool esteve irrepreensível a anular os elementos mais criativos dos Citizens e mostrou grande maturidade a gerir uma vantagem precoce, algo que há não teria conseguido fazer na época passada. Os oito meses a mais que Klopp tem à frente da sua equipa, e de liga inglesa, fazem uma grande diferença. O City está a dez pontos do primeiro lugar e a concretização da utopia de Guardiola leva o seu tempo. O técnico espanhol já percebeu que vai ter que fazer pequenas adaptações par ter sucesso em Inglaterra.

City único do top-5 a ceder pontos

O golo de Wijnaldum, de cabeça, ilustra a falta de agressiviade da defesa do City, em particular nos lances aéreos.

O golo de Wijnaldum ilustra a falta de agressiviade da defesa do City, em particular nos lances aéreos.

No último dia do ano o Manchester City tinha o trabalho mais complicado da jornada, uma deslocação a Anfield, para medir forças com o Liverpool de Jurgen Klopp. Sofreu uma derrota difícil de engolir e que Pep Guardiola vai levar tempo a processar, Os Citizens até entraram melhor na partida mas o golo de Georginio Wijnaldum, aos oito minutos, contra a corrente do jogo, mudou o quadro mental das duas equipas. Uma perda de bola de Kolarov – que Lallana aproveitou para centrar estrategicamente para o companheiro holandês – evidenciava a principal fragilidade do City contra adversários aguerridos. Já se tinha visto o mesmo quando enfrentou o Chelsea ou o Leicester City, só para citar desaires recentes. Equipas agressivas, que pressionam alto e forçam o erro nas trocas de bola em espaços curtos dos Citizens. Que exploram também a falta de assertividade da defesa na disputa dos lances pelo ar.

Com esta derrota o Manchester City fica a dez pontos do líder Chelsea e foi ultrapassado na classificação por Gunners e Spurs. Começa a ser uma distância considerável para uma formação tão estabilizada como a de Conte desperdiçar.

Adaptações na calha

Guardiola não disfarçou a frustração pela incapacidade da sua equipa vencer os duelos diretos.

Guardiola não disfarçou a frustração pela incapacidade da sua equipa em vencer os duelos diretos.

Pep Guardiola admite fazer pequenas alterações ao seu modelo de jogo para se expor menos a estratégias adversários e à reconhecida intensidade do futebol inglês. Mas apesar da distância para o primeiro lugar também não desarma. Aguardam-se com curiosidade essa adaptação anunciada no City, assim como a atividade do clube no mercado de transferências de janeiro. Pessoalmente, acho que vai ser muito significativa quando Guardiola voltar a ter mais uns dias de intervalo entre as partidas para trabalhar com a equipa, oportunidade muito escassa na Premier League quando acumulada com as taças e a liga dos Campeões. Ninguém duvida que alguém com a cabeça e o conhecimento do futebol que tem que o catalão venha a ter sucesso na Premier League. Mas o nível da concorrência, em quantidade e qualidade, é algo a que nunca esteve exposto nas suas experiências como treinador. E precisará de tempo para se adaptar e trabalhar o plantel de forma a executar as suas ideias.

Do outro lado da barricada estava Jurgen Klopp, em cuja experiência em Inglaterra se pode espelhar. O alemão chegou oito meses antes a Inglaterra e esse tempo a mais tem feito toda a diferença. O seu espírito contagiante – a intensidade e vertigem ofensiva – foi fácil de passar numa fase inicial. Mas a equipa dos Reds precisou de tempo para ganhar conteúdo e maturidade. No seu esboço inicial era só garra e por isso fraquejou em momentos decisivos. Hoje o Liverpool é um conjunto eu sabe gerir uma vantagem e quem quando a coisa aperta é até de defender a campo inteiro. Isso não se faz de um momento para o outro.

Boas Apostas!