O SL Benfica e o SC Braga encontraram-se pela terceira vez esta temporada.
Os dois encontros anteriores sairam de feição aos guerreiros de Braga. Um deles, uma eliminatória da Taça de Portugal, custou mesmo a eliminação do SL Benfica da competição. Menos um troféu em jogo para as águias, depois do afastamento tão precoce da Europa que, esta época, nem contemplou a Liga Europa.
O embate entre as duas equipas estava, assim, rodeado de muitas espectativas.
O SL Benfica estava pressionado pelo FC Porto, à distância de 4 pontos, e os fantasmas da época do “quase tudo” estão bem presentes. O SL Benfica não podia perder este jogo.
O SC Braga estava em perseguição do terceiro lugar que dá acesso à Liga dos Campeões e que, neste momento, é pertença do Sporting CP. Acresce o facto de o SC Braga ter perdido na semana passada, no Dragão, com o FC Porto, por 1 a 0, e ter visto os leões, que estavam ali mesmo, à mão de semear, afastarem-se. O SC Braga não podia perder este jogo.
À distância observavam FC Porto e Sporting CP, que só jogavam no dia seguinte.
O primeiro na expectativa de se poder aproximar do primeiro lugar. O segundo, tentando cimentar o seu terceiro lugar de forma descansada.
Para o que interessa, o SL Benfica venceu o SC Braga por 2 a 0, mantendo o FC Porto à distância de 4 pontos e favorecendo o Sporting CP que viu afastar-se o seu mais directo perseguidor.
Quem Tem Jonas Tem Tudo
É no entanto injusto para com a equipa do SL Benfica, reduzi-la aos golos de Jonas. A verdade é que esta equipa, que demorou a carburar no início da época, e que levou, também, muita gente a considerá-la mais fraca que a precedente, e muito mais fraca que a equipa do FC Porto, engatou e, depois de meses a fio a sofrer para levar de vencida os seus adversários com uma equipa muito desiquilibrada, agora anda pelos estádios do país a mostrar todo o seu esplendor.

Jonas, que abriu o marcador na Luz, contra o SC Braga, lá vai marcando o seu golo por jogo
Mas Jonas não é alheio a este crescendo de forma de uma equipa que era considerada um patinho feio.
Se a saída de Enzo Pérez em Dezembro foi uma tremenda baixa no meio-campo encarnado, essa baixa, afinal, já vinha desde o início da época e Enzo ajudou a camuflá-la sem no entanto lhe ter dado a mais valia que já lhe dera, especialmente, na temporada anterior.
Ao meio-campo do SL Benfica faltavam outros elementos, como Matic, Fejsa, Rúben Amorim e, algumas vezes, Sálvio. André Almeida era o bombeiro de serviço, nesta e noutras latitudes. É preciso dizer que André Almeida não tem jogado ou, quando o faz, entra perto do final como aconteceu no Sábado, contra o SC Braga, quando entrou aos 90′ de jogo, para as palmas de Maxi Pereira.
É que entretanto o meio-campo do SL Benfica já ganhou Samaris, que andou um bocado perdido no início, mas que está a evoluir no 6 que Jorge Jesus quer ver a jogar à frente dos centrais. Também ganhou, este SL Benfica, Pizzi que, aos poucos, começa a fazer esquecer Enzo Pérez e que, quando se ouvem os problemas que tem tido no Valencia CF, com Nuno Espírito Santo, fazem lembar o Enzo do início, que tantas dores de cabeça deu ao clube encarnado. E depois, Sálvio, que tem intercalado prestações, tem aparecido quando o SL Benfica mais precisa dele.
Mas foi ali, na frente, em Jonas, que tudo se dicidiu. Para melhor.
Ao contrário do que normalmente acontece, o avançado brasileiro vindo do Valencia CF, pegou de estaca. Não necessitou do habitual período de adaptação. É verdade que Jonas já tem 30 anos, já não é um rapazito a querer mostrar trabalho e mais e deslumbrantes valias. Não, Jonas já não tem nada a provar. Jonas entra em campo com o objectivo de marcar golos (aliás, a função primeira de um avançado), e é o que tem feito deste que começou a jogar nesta equipa. Jonas e SL Benfica foi um casamento perfeito. Nunca em Valencia o avançado produziu o que está a produzir na Luz. Já se fala, inclusivamente, na Selecção Brasileira.
Mesmo no período mais negro passado por Lima, e que Jorge Jesus, e muito bem, não descartou nem deixou cair, Jonas revelou-se uma excelente muleta do outro brasileiro, Lima, tendo-se tornado, os dois, e nestes últimos tempos, uma dupla terrível que já joga de olhos fechados, e provoca muitas dores de cabeça aos adversários.

Eliseu marcou o segundo golo do SL Benfica e manteve essa tradição de uma defesa muito goleadora
Jonas encaixou muito bem no quarteto atacante constituído por Nico Gaitán, Sálvio e Lima. E muito importante, estão todos a trabalhar muito bem, parecendo, até, que já jogam juntos há muito tempo.
Por isso não foi de estranhar quando, no Sábado, Jonas lá fez o gosto ao pé o marcou o primeiro golo do jogo e ajudou o SL Benfica a superar-se a um SC Braga que vinha muito motivado para vencer pela terceira vez esta época.
Mas o SL Benfica não deixou. Aos 21′ Jonas inaugura o marcador e, mesmo sofrendo com um meio-campo bracarense muito faltoso (Rúben Micael esteve particularmente faltoso) pisou o risco inúmeras vezes, arriscando a expulsão que, afinal, iria ser de Tiago Gomes por acumulação de amarelos, nunca perdeu a cabeça, fez o seu jogo, manteve-se superior e, aos 77′, já nas curva descendente do final do jogo, Eliseu fez o segundo golo e sossegou as hostes encarnadas.
Também se deve referir a defesa impecável onde Júlio César aparece como o último grande reduto e enorme segurança.
O SC Braga foi, no entanto, uma sombra de si mesmo, mas também só jogou aquilo que o SL Benfica deixou jogar pois, Jorge Jesus, arquitectou um plano que impossibilitou a equipa de Sérgio Conceição de sair em contra-ataque, onde é muito boa e mortal.
No final do encontro o SL Benfica garantia, no mínimo, os mesmos 4 pontos de vantagem sobre o seu adversário mais directo. Na próxima jornada o SL Benfica tem uma difícil saída a Vila do Conde para defrontar o Rio Ave, que na época passada foi o adversário final de todas as outras competições, Taça de Portugal e Taça da Liga, e que este ano já começou por defrontar na Supertaça Cândido de Oliveira. Mas o FC Porto também tem uma saída difícil à Madeira, para defrontar o Nacional. Dois jogos de elevado grau de importância, numa altura em que todos os jogos se tornam difícieis e todos os pontos contam muito. Os que se ganham e os que se perdem.
Na Frente a Cumprir os Mínimos
E depois da vitória das águias aos gerreiros de Braga, o FC Porto e o Sporting CP entraram em campo com a obrigação de ganhar os respectivos jogos. O primeiro para continuar em perseguição do SL Benfica e não afrouxar a pressão. O segundo para ganhar distância do SC Braga e garantir o terceiro lugar da Liga que dá acesso à Liga dos Campeões, verdadeiro mealheiro para os clubes europeus.
Ora, tanto o FC Porto como o Sporting CP ganharam os seus respectivos encontros. E ambos registaram jogos fraquinhos e sem brilho.

Na ausência de Jackson Martinez, esteve lá Aboubakar para marcar os golos que são precisos para a vitória do FC Porto
O FC Porto recebeu e bateu o Arouca por 1 a 0, não sem alguma dificuldade. E tudo começou aos 11′ de jogo quando Fabiano teve de sair da área para travar o avançado do Arouca, André Claro, que se isolava frente à baliza. O árbitro marcou a falta e a respectiva expulsão de Fabiano. Helton acabou por ter de regressar à sua baliza. Com a expulsão do guarda-redes portista, Julen Lopetegui fez sair o lateral direito Ricardo Pereira, acabando por recuar Herrera, para a entrada de Helton que acabou por estar ao seu melhor nível nas poucas vezes que foi chamado a intervir.
Depois da expulsão, o FC Porto jogou tudo na tentativa de marcar o golo o mais depressa possível para evitar danos maiores e maiores dores de cabeça perto do final do encontro. E assim foi. Aos 32′ Aboubakar respondeu de cabeça a um cruzamento de Ricardo Quaresma e colocou a bola dentro da baliza adversária. A partir daqui, o FC Porto esforçou-se para segurar a magra vantagem, mas que lhe dava os muito necessitados 3 pontos para não deixar o SL Benfica fugir mais. Mas não conseguiu muito mais que isso.
O Sporting CP deslocou-se à Madeira e foi ganhar, ao Estádio dos Barreiros, ao Marítimo. O Marítimo começou melhor, chegou a assustar os leões e isso motivou uma equipa que começou amorfa e que com o passar do tempo acabou por se superiorizar ao adversário. O Sporting CP acabou por chegar ao golo ao minuto 33, através de uma grande penalidade concretizada por Adrien Silva. E o jogo pareceu terminado aí.
Muitos poucos remates á baliza houve, de parte a parte, e se a vitória leonina nunca esteve em questão, o Sporting CP também não fez muito mais para conseguir tornar esse resultado mais volumoso. E por seu lado, o Marítimo também não mostrou capacidade suficiente para inverter o resultado que acabaria por se manter até ao final e garantir, ao Sporting CP, o terceiro lugar e o respectivo acesso à Liga dos Campeões, agora que o SC Braga já está a 7 pontos de distância.
No próximo fim-de-semana o Sporting CP recebe o Vitória Guimarães e é melhor preparar-se para um jogo difícil, que os vitorianos ainda não descartaram a hipótese de apanhar os rivais de Braga. E nunca é demais lembrar que na primeira volta foi a derrota em Guimarães que despoletou todos os problemas internos que acabaram por colocar em confronto o presidente leonino, Bruno de Carvalho, e o seu treinador, Marco Silva.
Boas Apostas!