Recomeçou ontem a segunda parte dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões que, tal como a primeira parte se divide em duas noites, sendo que a segunda noite será já hoje.

E ontem não foi noite para todos os resultados (não houve empates), mas houve surpresas. Grandes surpresas.

Em Manchester, o City, actual campeão inglês, foi derrotado pelo FC Barcelona, por 2 a 1. Vida difícil se adivinha aos homens do chileno Manuel Pellegrini.

Por seu lado, em Turim, a Juventus venceu o seu adversário, o Borussia Dortmund, também pelo resultado de 2 a 1, o que abre perspectivas à equipa de Jürgen Klopp que, mal-grado o campeonato miserável que vem fazendo na Bundesliga, vai de vento em popa na Liga dos Campeões.

Quando ainda falta o jogo da segunda-mão desta eliminatória, pode dizer-se que o caminho está mais propício a FC Barcelona, e à Juventus, contudo, a eliminatória está em aberto e, tal como o FC Barcelona foi ganhar a Manchester, o City também tem equipa para o ir fazer a Espanha, da mesma forma que a derrota do Dortmund em Itália pode não ser estigmatizante. Tudo é possível.

Quando umas Estrelas Brilham Outras Apagam-se

E foi o que aconteceu em Manchester, Inglaterra, durante o embate entre Manchester City e o FC Barcelona.

Luis Suárez marcou os 2 golos do FC Barcelona num quarto-de-hora, ainda na primeira parte, ainda antes da meia-hora de jogo. E foi brilhante. Já Lionel Messi falhou uma grande penalidade no final do encontro. Mas ainda houve tempo para que Kun Agüero reduzisse o resultado e deixasse abertas as portas da qualificação.

Luis Suárez

Luis Suárez foi o herói da noite ao marcar os dois golos do FC Barcelona

É que se é normal, ou pelo menos possível, o FC Barcelona ir vencer ao campo do Manchester City, o contrário também o será. Estamos perante duas das melhores, e mais caras, equipas de futebol do Mundo. De um lado e de outro, estrelas. Estrelas do Mundo inteiro. Joe Hart, Demichelis, Nasri, Fernando, Fernandinho, David Silva, Sagna, Bony e Agüero ou Jordi Alba, Mascherano, Piqué, Busquets, Iniesta, Luis Suárez, Lionel Messi e Neymar. Por onde escolher? Onde acaba uma constelação e começa outra? Tudo depende de quem está mais brilhante. De quem agarra melhor no jogo. Quem se consegue superiorizar.

Ontem foi dia do uruguaio Luis Suárez. Ele que em 3 temporadas que jogou em Inglaterra nunca tinha marcado em casa do Manchester City, ontem fez 2 golos. Dois golos que podem ter ditado a sorte do FC Barcelona e o azar do City. Mas também foi dia de Agüero que ao marcar o golo solitário da sua equipa, não deixou que as coisas terminassem sem honra nem glória. E na segunda mão vai perceber-se o valor, ou não, do golo que o Manchester City ainda conseguiu marcar ao seu adversário.

O FC Barcelona entrou muito mais forte e focado no jogo e, desde o primeiro minuto que dominou o adversário a jogar em casa. Os golos foram conseguidos com alguma naturalidade transmitida pela superioridade dos espanhóis.

No segundo tempo as coisas inverteram-se. O Manchester City reorganizou-se e forçou à retracção dos espanhóis. E Agüero chegou ao golo que poderia representar uma reviravolta no marcador. Mas então, tudo se complicou. Luis Enrique, treinador do Barcelona, reforçou a defesa com a entrada de Mathieu e Clichy foi expulso por acumulação de amarelos, deixando o City, que vinha em toada atacante, fragilizado e incapaz de retomar  controle do jogo, limitando-se, então, a aguentar o resultado até à segunda-mão da eliminatória.

E para ajudar o Manchester City, Lionel Messi falhou uma grande penalidade, e a sua recarga, no último minuto de jogo, garantindo um segundo jogo cheio de interesse, com ambas as equipas com capacidade de seguir em frente. Basta só que sejam outras as estrelas a brilhar.

Uma Equipa a Tentar Sobreviver

Esse é o estado dos alemães do Borussia Dortmund que no campeonato alemão andam pelos últimos lugares, a tentar fugir à impiedosa descida, e que tentam ser maiores que a vida na Liga dos Campeões.

Juventus 2 - 1 Borussia Dortmund 2015

Num jogo muito equilibrado, o Borussia Dortmund conseguiu a proeza de levar a eliminatória para a Alemanha

Em 1997, o Borussia Dortmund, então com Paulo Sousa, venceu à Juventus e sagrou-se campeão da Europa.

Mas este Borussia é outro. Já fora brilhante, não há muito tempo, mas agora tenta conseguir colocar a cabeça de fora e não morrer afogado. E esta Juventus não é, propriamente, uma simpatia de equipa. Daí que, aos 13′, Tevez colocou, com alguma facilidade, a vecchia signora em vantagem no marcador. Mas durou pouco, essa vantagem. É que, afinal, este Borussia que anda doente, ainda não está morto e Reus demonstrou-o ao conseguir bater Buffon e empatar o jogo, 5′ depois do golo da Juventus.

Antes do intervalo, contudo, Morata, que já tinha feito o passe para o golo de Tevez, marca novo golo e volta a colocar a Juventus à frente do marcador, resultado que não mais se alteraria até ao final.

No segundo tempo o jogo tornou-se muito equilibrado, muito jogado a meio-campo, sem chegar à zona dos guarda-redes (de uma equipa e de outra), que se limitaram, quase, a serem espectadores. Quase porque ainda passaram por um ou outro susto resultado de algumas, poucas, respostas rápidas de contra-ataque. Mas que não tiveram grandes repercussões, nem houve réplicas.

Numa altura em que o Borussia Dortmund começa a levantar a cabeça na Bundesliga, o jogo da segunda-mão pode inverter o sentido das coisas e tornar os alemães um dos eleitos para os quartos-de-final. É que aquele golo de Reus deu algum alento. Alento para uma equipa a tentar sobreviver a todo o custo.

Boas Apostas!