Já não há invencíveis na Liga NOS, depois do Benfica ter regressado derrotado da Madeira, onde defrontou o Marítimo na noite de sexta-feira. A equipa encarnada terá perdido na pior jornada possível, em vésperas de decidir o seu futuro na Liga dos Campeões e de receber o Sporting em jogo da Liga, tendo agora uma semana de aturada exigência pela frente. Os leões venceram, sem dificuldades, o Vitória de Setúbal, enquanto em jogo dramático, o Porto também regressou às vitórias.

Vantagem desperdiçada

gottardi-maritimo

Gottardi foi uma das figuras da partida

Existem várias formas de analisar a derrota do Benfica frente ao Marítimo. A primeira delas, talvez a mais simpática para o clube da Luz, colocaria na estratégia da equipa madeirense (e no seu sucesso) todo o peso do resultado. A equipa do Marítimo defendeu-se muito bem das qualidades encarnadas, teve na baliza um Gottardi a grande nível e acabou por beneficiar dos erros do seu adversário. Esses erros poderão ser outro dos pontos de análise da partida. Errar defensivamente permitiu dois golos ao adversário e castigaram o líder nesta jornada.

Mas haverá uma outra forma de analisar o momento do Benfica. As carências ofensivas da equipa voltaram a sentir-se nesta partida, sendo que depois da má exibição no Porto e do descontrolo emocional em Istambul, estavam apontados os sinais de uma crise em potência. Na Madeira, a equipa de Rui Vitória não conseguiu desmontar as dificuldades criadas pelo adversário e facilitou uma vez mais, sendo que quem quiser olhar para este jogo como uma exceção estará, muito provavelmente, enganado.

Olhando para o jogo, o Marítimo colocou-se em vantagem com golo Ghazaryan logo aos cinco minutos, tendo tido uma oportunidade, por Éber Bessa, para aumentar a vantagem pouco depois. No entanto, o Benfica conseguiu empatar o encontro com golo de Gonçalo Guedes ainda na primeira parte. No segundo tempo, os encarnados conseguiram empurrar o Marítimo para um jogo ainda mais defensivo, mas foram os madeirenses quem se colocou em vantagem, com Maurício a marcar após a marcação de um pontapé de canto.

Drama e salvação pela juventude

rui-pedro-fc-porto

Estreia de sonho para Rui Pedro

O encontro entre FC Porto e SC Braga estava marcado para ser a partida da jornada e os acontecimentos não deixaram de cumprir com as expetativas. Mesmo não havendo muitos golos ou tendo assistido a um jogo de sentido único, alimentaram-se aqui uma série de factos que entram em destaque no resumo da jornada.

O minuto 35, com Artur Jorge a ver o cartão vermelho após cometer grande penalidade acabou por ter enorme impacto no andamento da partida. No entanto, André Silva voltou a falhar na marcação de um penalti, aumentando algum desespero que se vivia no Dragão depois de tantos minutos sem golos.

A história do jogo acabou por se apontar apenas no sentido da baliza bracarense, onde Marafona foi defendendo tudo aquilo que podia e não podia. Nuno Espírito Santo já sentia o peso das bancadas sobre os seus ombros, num jogo que tinha tudo para prolongar a incapacidade dos azuis e brancos de fazer golo. As oportunidades eram criadas, facilitadas por abertura defensiva da equipa de José Peseiro, mas faltava o golo que quebrasse o enguiço.

De forma inesperada, esse golo acabou por surgir, ao minuto 95, dos pés do mais improvável dos atores. Rui Pedro, jovem lançado em jogo da Taça da Liga a meio da semana e que, pelo caminho, tinha conquistado o espaço do avançado no banco de suplentes, habitualmente ocupado por Depoitre, surgiu nas costas dos centrais do Braga e levantou a bola sobre o corpo de Marafona. Festa imensa depois de muito sofrimento, com uma vitória que deixa o FC Porto a apenas quatro pontos do Benfica, mantendo os mesmos dois de atraso em relação ao Sporting.