Assim foi a temporada da Premier League 2013/2014. Com várias equipas a passar pela liderança e bastante indefinição até, praticamente, à última jornada. Com equipas que fizeram sonhar os seus adeptos e conjuntos que choram uma das piores marcas das últimas décadas. Entre jogadores que encontraram a redenção e alguns loucos que passaram pela competição, deixando o seu nome pelas notas de rodapé da mesma.
1-Manuel Pellegrini garantiu o título para o Manchester City na sua primeira temporada em Inglaterra. O técnico chileno aproveitou bem o que de melhor o seu plantel trazia do passado, introduzindo alguma organização a nível do meio-campo, onde Fernandinho acabou por se revelar o seu principal reforço. Os Citizens tiveram períodos de maior brilhantismo, mas garantem o título por terem sido o conjunto que conseguiu evitar períodos negros na sua temporada.
2-Se bem que a temporada possa ter terminado com alguma desilusão para os homens de Liverpool, a verdade é que Brendan Rodgers devolveu os Reds à luta pelo título e, sobretudo, a uma posição de dignididade condizente com a história deste emblema. Para além disso, o Liverpool foi também a equipa com maior diversidade tática e aquela que mais terá apaixonado os adeptos do futebol. Para o ano, espera-se tanto e melhor.
3-José Mourinho termina o campeonato a dizer que, se conseguir competir no mercado, para o ano será candidato ao título. E a verdade é que o Chelsea talvez fosse, mesmo, o plantel mais órfão em termos de craques. O português levou a equipa às meias-finais da Liga dos Campeões utilizando um futebol mais defensivo e precisa de se reconstruir a si próprio, se quer manter o respeito pelo que já fez no futebol.
4-No ano em que o Arsenal terá subido mais, quer nas expetativas, quer na tabela classificativa, foi também o de maior tombo para os Gunners, que conseguem, in extremis, entrar no playoff da Liga dos Campeões. O tempo de Arsène Wenger parece terminado, ao ver-se que o francês nem com mais dinheiro consegue transformar o Arsenal num verdadeiro candidato ao título.
5-Chegou-se a duvidar da capacidade de Luis Suárez brilhar numa das grandes ligas, quando o uruguaio marcava golos ao serviço do Ajax. Na verdade, não se via como possível que o goleador fosse capaz de manter o seu estilo. Mas a verdade é que, em Inglaterra e numa equipa que lhe oferece espaço para respirar e mais opções para chegar ao golo, Suárez sagrou-se o melhor marcador e, sem dúvida, num dos jogadores mais temidos por qualquer defesa. Honra lhe seja feita.
6-O Everton melhorou com a saída de David Moyes e Fellaini e a chegada de Roberto Martínez e Lukaku. Este belga deverá regressar ao Chelsea, deixando o técnico espanhol, de novo, perante aquela que vai sendo a cruz do Everton. Demasiado forte para a segunda metade da tabela, demasiado frágil para sonhar com a Liga dos Campeões. Para o ano, no entanto, voltará a ter uma oportunidade na Liga Europa.
7-O que quer o Tottenham? Despediu André Villas-Boas, que com as suas qualidades e defeitos, conseguiu ser o técnico com melhor percentagem de vitórias no clube. Chamou Tim Sherwood para ser uma espécie de interino durante mais de metade da temporada, abdicando dos seus objetivos, ao mesmo tempo que continuava a exigi-los. Terminou em sexto lugar e não convence ninguém que possa ser muito melhor do que aquilo que é.
8-David Moyes e o Manchester United acabaram por ser a grande desilusão deste campeonato. O escocês não durou até ao fim da época e os Red Devils não irão jogar na Europa na próxima temporada. Ryan Giggs assegurou os últimos jogos como técnico e despediu-se do relvado. Afinal, este foi só um ano zero depois da saída de Alex Ferguson. A revolução começa agora e ainda se procura timoneiro.
9-Tony Pulis, que começou a época sem emprego e chegou ao Crystal Palace com a marca do condenado, foi considerado o treinador do ano da Premier League. Mérito para quem tem sido fiel às suas ideias e representa o melhor exemplo da releitura do velho estilo inglês perante a evolução do futebol a nível mundial. As equipas de Tony Pulis não estarão na moda, mas são uma marca de estilo bem definida. Os bons resultados, antes no Stoke, agora nas Águias de Londres, assim o comprovam.
10-Alguns “loucos” passaram pela Premier League este ano. Paolo Di Canio praticamente “arrumou” com as esperanças do Sunderland e a sua saída significou a possibilidade dos Black Cats revelarem o seu potencial nas Taças, salvando-se, também, da despromoção. Al Fayed, o antigo dono do Fulham, culpou a retirada da estátua de Michael Jackson dos arredores do estádio pela descida de divisão. Para Vicent Tan, o dono do Cardiff, nem sequer sobram palavras. É caso para dizer que qualquer um dos três clubes merecia melhor.
Boas Apostas!