A Taça das Nações Africanas confronta-se, no próximo fim-de-semana, com a hora da verdade, olhando para os oito melhores conjuntos em busca de um título que, já se sabe, terá como vencedor uma novidade em relação às últimas três edições. A Zâmbia (2012) e a Nigéria (2013) nem sequer marcaram presença na prova, enquanto a Costa do Marfim, campeã em título, foi eliminada na fase de grupos. Também pelo caminho ficou o país organizador, o Gabão, naquela que será a maior desilusão desta primeira semana de encontros.
Gabão não soube mais do que empatar
No Grupo A, as quatro equipas chegaram à derradeira jornada com possibilidades de apuramento, mas cedo se viu que o Burkina Faso iria confirmar a sua posição na fase seguinte, pela forma como dominou a Guiné-Bissau. A equipa guineense sentiu o peso da responsabilidade, tendo também dado sinais de algum desgaste, não conseguindo quebrar o predomínio da equipa liderada por Paulo Duarte, mesmo que esta sentisse a falta de algumas peças importantes.
Ficava assim entre Gabão e Camarões a decisão do segundo lugar de apuramento. Os Camarões geriam a sua vantagem, enquanto o Gabão voltou a mostrar-se pouco dinâmico na forma de abordar a baliza adversária. Ainda assim, criou algumas situações para conseguir marcar, tendo encontrado em Ondoa, o guarda-redes camaronês, uma autêntica parede frente à baliza. O Gabão diz adeus, confirmando-se a má opção na escolha de José António Camacho e deixando uma má imagem no que toca ao coletivo.
Senegal coloca-se na posição de favorito
Terminou em primeiro do Grupo B, posição que já tinha por garantida, mas não fechou a fase de grupos sem dar novas mostras da imensa qualidade do plantel ao dispor de Aliou Cissé. Os senegaleses fizeram nove alterações na sua equipa titular e, ainda assim, criaram imensos problemas a uma Argélia que não foi capaz de estar ao seu melhor nível em nenhum encontro desta CAN. Os argelinos saem sem nenhuma vitória e juntam-se ao grupo das desilusões.
Por seu lado, a Tunísia alcançou uma vitória confortável perante o Zimbabwe, tornando bem claro que são uma equipa a ter em conta nesta prova. Parecem estar ultrapassados os problemas de finalização e a equipa magrebina mostra a sua face mais ofensiva da última década. Passa para os quartos-de-final como um candidato a ter em conta.
Campeão volta a casa
A Costa do Marfim foi o país vencedor em 2015, mas não foi a mesma equipa que se apresentou para disputar esta edição. Frente a Marrocos, os marfinenses voltaram a mostrar problemas de organização e tentaram sempre decidir o jogo na iniciativa individual ou no jogo direto, situações que em nada a beneficiaram. Para os marroquinos, a tranquilidade e qualidade de organização demostrada vale um merecido apuramento.
No entanto, o primeiro classificado do Grupo foi a República Democrática do Congo, que frente a um Togo deprimido, deu novo espetáculo, com uma vitória por 3-1. A equipa congolesa, que há dois anos atingiu as meias-finais, volta a mostrar-se capaz de discutir posições nesta CAN, com uma equipa muito combativa, focada e a não precisar de grandes nomes para fazer a diferença. Nesta edição, vem sendo Kabananga, que joga no Astana do Cazaquistão, a vestir a pele de herói.
Egito confirma primeiro lugar
O Grupo D encerrava com uma partida decisiva para encontrarmos o primeiro classificado. Foi o Egito quem confirmou estar melhor, batendo uma seleção ganesa que não se definiu para este encontro. Avram Grant apresentou o seu melhor onze, os jogadores pareceram pouco dispostos a arriscar e acabaram por ver Asamoah Gyan lesionar-se. O Egito colocou-se cedo em vantagem e quando foi necessário tentar chegar ao empate, os ganeses pareceram chegar demasiado tarde ao jogo.
Na outra partida, o Mali nunca acreditou que poderia ter algo a dizer, acabando por empatar frente a um Uganda que cumpriu os objetivos de participar na CAN e conseguiu levar um ponto como recordação.
Os jogos dos quartos-de-final disputam-se no próximo sábado e domingo.
Boas Apostas!