Depois de começar com três derrotas, os Chicago Fire somaram duas vitórias consecutivas em casa e poderão passar a ser conhecidos pela fantástica qualidade que três dos seus “baixinhos” jogadores colocam no jogo. Se do internacional escocês Shaun Maloney era esperado algum impacto na presente edição da MLS, Harry Shipp entra na temporada em busca da confirmação como valor de futuro do futebol norte-americano, enquanto David Accam arrisca-se a ser a grande revelação da temporada. Até onde poderão estes três jogadores levar Frank Yallop e os Fire?

Os espaços de cada um

Chicago Fire 11

O onze frente aos Toronto FC

Depois de ter visto Harry Shipp ocupar todo o terreno com a sua liberdade criativa na vitória por 1-0 frente aos Philadelphia Union, Frank Yallop reencontrou-se com aquele que era o seu principal problema na definição do onze: os espaços cedidos a Shipp e a Maloney. À partida, ambos os jogadores se sentem melhor ocupado uma posição central, nas costas do ponta-de-lança, Maloney com mais características de segundo avançado, Shipp a vestir a pele de um médio ofensivo. Com os dois disponíveis, a solução passou por colar Shipp à faixa direita, o que não permitiu ao jovem norte-americano brilhar na primeira parte.

No entanto, depois do intervalo, Frank Yallop colocou no relvado do Toyota Park aquela que poderá ser a solução de futuro para os Fire. Com Eric Gehrig mais liberto para apoiar no ataque, preenchendo ele a faixa direita no momento ofensivo, Harry Shipp encontrou a liberdade para as diagonais na direção da área, aparecendo mais vezes a criar perigo e a rematar. Shaun Maloney adiantou-se para jogar um pouco mais ao lado do ponta-de-lança Amarikwa e abriu assim uma janela para que Shipp pudesse brilhar. Harry Shipp, aos 23 anos, começa a afirmar-se como um valor seguríssimo para a Seleção dos Estados Unidos, embora venha sendo ignorado por Jurgen Klinsmann, que parece não perdoar os jogadores que completam a via universitária antes de se aventurarem no futebol profissional.

Para completar o trio de destaques na equipa dos Chicago Fire, David Accam fez o seu primeiro jogo como titular perante os Toronto FC e já conquistou a atenção que, até agora, andava um pouco dispersa. É certo que falamos de um internacional ganês, que até fez parte do plantel na última Taça das Nações Africanas. Mas, chegado da Suécia, um mercado preferencial dos Chicago Fire nesta pré-temporada, demorava a mostrar a sua valia. Pois, encostado à faixa esquerda, foi uma autêntica dor de cabeça para os seus adversários, rompendo com muita facilidade e demonstrando que, se aumentar a sua definição no momento de soltar ou rematar, poderá ser um caso sério neste campeonato.

Equilíbrios e experiência: segurança garantida

Matt Polster Chicago Fire

Polster é um rookie de qualidade

Com tanta capacidade ofensiva, pressente-se que os Chicago Fire necessitem de muito equilíbrio na intermediária, de forma a conseguir manter a segurança defensiva. Na perda da bola, a equipa consegue, muitas vezes, criar logo uma primeira linha de pressão, com os seus avançados, cabendo depois à dupla composta por Michael Stephens e Matt Polster surgir na contenção. Polster é outro jovem saído do futebol universitário e não demorou a demonstrar qualidades como médio defensivo. Stephens, mais experiente, já passou pela Europa e conjuga o bom posicionamento com uma excelente técnica. Tendo saído lesionado no jogo da quinta jornada, foi substituído por Chris Ritter, um jogador mais físico e posicional que, no entanto, não demonstrou fragilidades nem ofereceu espaços.

No espaço central da defesa, a experiência é nota. O brasileiro Adaílton e o capitão Larentowicz garantem um posicionamento ideal para fechar espaços e, se houve dificuldades para controlar Giovinco, a verdade é que Jozy Altidore não teve nenhuma oportunidade para rematar com perigo, tão eficiente foi a marcação.

A dar profundidade à equipa, devemos ainda destacar o lateral-esquerdo Joevin Jones, que foi o marcador do primeiro golo e deu sempre muito apoio no momento ofensivo, não sendo despiciendo referir que, nas jornadas anteriores, surgiu a jogar como extremo, enquanto do banco podem ainda sair três elementos que farão, com certeza, parte das opções regulares de Frank Yallop. Jackson Gonçalves é um experiente brasileiro que faz todo o corredor direito, Matt Watson é uma opção mais para oferecer equilíbrio ao centro do terreno, enquanto o espanhol Victor Pérez teve os seus primeiros minutos de MLS, podendo acabar por entrar na equipa titular devido à sua enorme qualidade técnica, mesmo se, olhando para o atual onze, as posições onde Pérez se desloca estarem, neste momento, bem preenchidas.

Boas Apostas!