O futebol inglês foi atípico em 2016, é o mínimo que se pode dizer. Inesperado e cheio de mudanças entre o final da temporada de 2015/16 e a que estamos a viver, pelo que não se torna nada fácil escolher os melhores. Só uma categoria é incontornável. Mesmo estando a fazer uma campanha muito fraca o Leicester City não pode deixar de ser a equipa do ano. A conquista do título na Premier League foi uma das histórias mais difundidas e inspiradoras do ano que agora termina. O resto são escolhas, mais ou menos discutíveis, mas todas cheias de mérito.

Um campeão mais do que impr0vável

Por muitos anos que passem o feito do Leicester City e Ranieri não perderá brilho.

Por muitos anos que passem o feito do Leicester City e Ranieri não perderá brilho.

Em maio o Leicester City tornava-se campeão da Premier League. Desafiando a elite multimilionária que domina o campeonato inglês os Foxes foram-se afirmando numa temporada em que todos os candidatos crónicos fracassaram, com mais ou menos estrondo. Quem acompanha o panorama desportivo atual sabe que este tipo de surpresas e histórias é cada vez mais improvável. Na época anterior os Foxes tinham escapado na última à despromoção e haveria ainda de ver sair o treinador em que confiavam. Claudio Ranieri teve a sensatez e sensibilidade de não se impor. Com ideias muito simples, organização defensiva, e alguns elementos desequilibradores a equipa foi crescendo também na crença do impossível.

Mesmo que esta temporada a campanha do Leicester City esteja a ser uma desilusão na Liga Inglesa – voltaram a estar na luta pela sobrevivência – o ano continua a ser dele. Quanto mais não seja pela história inspiradora que correu mundo e forçou os pesos-pesados da Premier League a subir a fasquia.

A marca de Klopp no Liverpool

O alemão já moderou os festejos mas a relação próxima com os jogadores continua a ser uma imagem de marca.

O alemão já moderou nos festejos mas a relação próxima com os jogadores continua a ser uma imagem de marca.

No que respeita ao treinador do ano em Inglaterra a escolha podia ir no mesmo sentido. Mas como Ranieri já está incluído na categoria anterior, procuro uma alternativa e existem algumas. Numa temporada em que se antecipava a grande vinda de Guardiola para a Premier League, é Antonio Conte que ganha protagonismo ao consertar em poucas penadas tudo o que ia de errado no Chelsea. Mas em se tratando do ano civil e não da temporada, prefiro destacar a figura de Jurgen Klopp. O alemão está em Liverpool há pouco mais de um ano e durante este período recuperou o espírito deste histórico do futebol inglês. Não só pôs a equipa a jogar à sua imagem – inteligente, impulsiva e contagiante como a recolocou na luta pelo título.

De Bruyne regressa pela porta grande

A escolha de um jogador para destacar também não se afigura nada fácil. Não faltam grandes talentos nesta Liga. A escolha podia recair sobre Alexis Sánchez, incansável locomotiva que arrasta o Arsenal, muitas vezes anulando a tendência da equipa para se autossabotar. Ou então sobre N’Golo Kanté que não só defende mais território do que qualquer outro jogador na Premier League como parece ter feito a escolha vencedora. Ao trocar o Leicester pelo Chelsea arrisca-se a repetir o título. Mas destaco antes Kevin de Bruyne. O belga desvalorizado pelos Blues – Mourinho não lhe encontrava espaço e o Chelsea acabou por vendê-lo por um valor quase irrisório ao Wolfsburg – foi afirmar-se na Bundesliga e regressou ao futebol inglês pela porta grande. Manuel Pellegrini pagou cinquenta e cinco milhões de libras por ele e rapidamente se foi afirmando como um dos elementos que mexe com as partidas dos Citizens. Desde que Guardiola assumiu a equipa fez dele a sua joia da coroa e bastou o curto período em que esteve lesionado para perceber a falta que faz no novo esquema do treinador catalão.

Boas Apostas!