Premier League – A equipa orientada pelo espanhol Roberto Martínez está nas bocas do mundo, depois da vitória na final da Taça de Inglaterra. Contra todas as probabilidades, o Wigan conquistou a competição frente aos milionários do Manchester City. No entanto, hoje, joga cartada decisiva nas suas hipóteses de manutenção.
A queda do mito às mãos de Watson
Roberto Mancini já não é o treinador do Manchester City. O último falhanço do técnico italiano, aquele que ficará registado na história como a razão para que ele nem sequer termine a temporada à frente dos Citizens, ocorreu no Estádio de Wembley. A hora foi a do golo de Ben Watson, que aos 91 minutos de jogo cabeceou para o fundo das redes. Watson passou grande parte da temporada fora dos planos de Roberto Martínez, devido a uma perna partida. Quando faltavam menos de 10 minutos para terminar a final, foi chamado ao relvado, devendo ter passado pela cabeça do técnico espanhol fechar os caminhos do City até à sua baliza. No entanto, alcançou o maior feito da história do Wigan.
Este golo e esta conquista bem podem apagar por completo uma temporada de desilusões na Premier League. O Wigan entrará hoje em campo para defrontar o Arsenal, podendo, apenas três dias depois de ter garantido a vitória na Taça de Inglaterra, receber ordem de marcha para o Championship, segundo escalão do futebol inglês. Roberto Martínez tem uma longa lista de lesionados, onde se destacam Beausejour, Figueroa e Ronnie Stam. Por outro lado, volta a jogar em Londres, defrontando outro dos grandes de Inglaterra, também com um objetivo definido para este encontro: a Liga dos Campeões.
Tottenham sobrevive?
Atento a este encontro estará também o Tottenham, que depois de dar a volta ao marcador no jogo frente ao Stoke, ficou provisoriamente na quarta posição. É das derradeiras esperanças de André Villas-Boas, já que ao ter empatado com o Chelsea, não conseguiu ultrapassar verdadeiramente nenhum dos seus rivais. Os Blues, que a esta hora já estarão em Amesterdão a preparar o jogo da final da Liga Europa, também conseguiram, in extremis, garantir uma vitória preciosa. O Aston Villa até marcou primeiro, mas Frank Lampard marcou dois golos, o último deles aos 88 minutos, fechando assim a contagem de um encontro enegrecido pelas lesões de John Terry e Eden Hazard.
Os dois lados de Manchester
Alex Ferguson teve direito a festa de homenagem na sua última partida disputada em Old Trafford. No discurso de despedida, o técnico fez questão de valorizar o apoio dos adeptos, antecipando desde já a chegada de David Moyes, que no último encontro à frente dos adeptos do Everton como treinador dos Toffees venceu o West Ham por 2-0. O escocês mais jovem terá uma dura missão no United. Por um lado, contando com o peso da memória de Ferguson, que estará marcada a cada canto do estádio onde viverá a partir da próxima temporada. Por outro lado, terá que saber gerir um plantel de vencedores, restando ainda clarificar quem estará ou não na equipa, quando tanto se fala da saída de Wayne Rooney.
Já Roberto Mancini, menos de um ano depois de ter festejado o título da Premier League, abandona o City sem qualquer honra nem glória. Nos dois últimos jogos da época, a equipa será orientada por Brian Kidd, sem qualquer outro objetivo pela frente, já que o segundo lugar está confirmado devido à vantagem nos confrontos com o Chelsea. Espera-se que o verão seja sinónimo de movimentações no Etihad Stadium. Manuel Pellegrini, do Málaga, é o mais falado para ocupar o cargo agora em aberto. Mas também de entradas e saídas de jogadores se deverá marcar a história dos próximos meses. Uma coisa é certa: a Premier League não perderá, de forma alguma, o encanto que a mantém como uma das grandes ligas do mundo.