Liga dos Campeões, Taça de Portugal e Taça de Itália. Três encontros que fazem despertar o sonho dos jogadores que neles participam, pela magia que representa levantar uma taça num palco mítico. Enquanto o título europeu será disputado entre alemães e, em Portugal, o Benfica joga a sua última cartada para conquistar um título esta temporada, em Itália será um dérbi imperial a definir o vencedor da competição e também qual das equipas romanas terá lugar nas competições europeias do próximo ano.
O sim ou sopas alemão
Pela primeira vez, o mais título do futebol europeu será disputado por duas equipas germânicas, dando finalmente um sentido lógico à frase de Gary Lineker, “são 11 contra 11 e, no fim, ganham os alemães”. O Borussia Dortmund, equipa sensação nos recentes anos, admirada pelos amantes do futebol, atinge a final 16 anos depois de ter conquistado a Europa, num percurso feito de muitos baixos e poucos altos. Foi a chegada de Jurgen Klopp à direção técnica da equipa que iniciou a transformação de volta ao “grande” Borussia. Vencida, por duas vezes, a Bundesliga, o conjunto de Dortmund ficou, este ano, a 25 pontos do Bayern, mas avançando até à final da Liga dos Campeões, cumpre com desejado crescimento.
Mario Gotze, que está de saída para o Bayern, vai ser a grande ausência do onze de Dortmund, devido a lesão. De resto, com todos os melhores jogadores disponíveis, Jurgen Klopp optará pelo onze que tem maravilhado tanta gente. Lewandowski, como elemento mais avançado, deverá também fazer o seu último jogo com a camisola do Borussia. Marco Reus e Blszczykowski serão elementos muito dinâmicos no meio-campo ofensivo, com Gundogan e Bender a garantir a solidez da equipa mais atrás. Hummels terá também a grande responsabilidade de liderar uma linha defensiva que não poderá distrair-se.
Para o Bayern, esta final tem o sabor de uma segunda oportunidade, depois de no ano passado ter visto o Chelsea a festejar o título europeu no seu estádio. Agora, em Londres, o Bayern Munique culmina um ano jogado com raiva e muita qualidade. A equipa bávara reforçou-se, dominou por completo o campeonato alemão e não deu espaço para dúvidas no caminho até à final, goleando o Barcelona. Na despedida de Jupp Heynckes, fica ainda a vontade do veterano técnico alemão de ganhar tudo o que há para ganhar – a equipa do Bayern disputará a final da Taça alemã na próxima semana -, deixando nas mãos do catalão uma equipa cheia de títulos.
Apesar de contar com dois potenciais titulares na lista de lesionados, Toni Kroos e Holger Badstuber, o Bayern Munique não sentirá a sua falta, tendo em conta o seu plantel fabuloso. Neuer é um dos melhores guarda-redes mundiais, os dois laterais são de grande qualidade (Lahm e Alaba), no centro da defesa está um dos centrais mais prometedores da atualidade, Dante, e no meio-campo mais defensivo, Javí Martínez e Schweinsteiger poderão superiorizar-se à dupla adversária. Daqui para a frente, a equipa bávara poderia ser multada por excesso de qualidade. Ribéry, Robben, Muller, Mandzukic – com Mário Gomez e Shaqiri no banco – conseguem impor uma intensidade que não parece ter par na Europa. Mas, numa final, como já sabemos de anos passados, tudo pode acontecer.
Benfica – à terceira é de vez?
Jorge Jesus e os encarnados sonharam vencer todas as grandes provas onde estavam envolvidos bem perto do final da temporada, mas depois da desilusão na Liga ZON Sagres e na Liga Europa, resta à equipa lisboeta vencer na tarde de domingo, no Estádio Nacional do Jamor, a final da Taça de Portugal. O Benfica não pisa este relvado desde 2005, sendo de 2004 a sua derradeira conquista nesta competição. Jesus, que já perdeu uma final com o Belenenses, tenta também ganhar a sua primeira Taça. Mas essa responsabilidade significa nada, perante o peso da necessidade de vencer frente ao Vitória de Guimarães.
A equipa vimaranense disputará a final da Taça pela sexta vez, sem que nunca tenha conseguido vencer. Com Rui Vitória e um plantel muito jovem, a equipa fez uma excelente campanha na Liga ZON Sagres, só perdendo algumas posições devido a uma reta final menos positiva, depois de já assegurada a qualificação europeia. O mais certo é que entre em campo sem sentir nenhuma responsabilidade, podendo beneficiar para, com rebeldia e alegria, fazer tremer uma equipa encarnada mais fragilizada fisicamente.
Esta semana terá sido de recuperação para os comandados de Jorge Jesus, não restando dúvidas de que alguns dos elementos do plantel, sobretudo na linha intermediária, estarão bastante longe da sua forma ideal. Ainda assim, num jogo como este, na situação que se vive no Benfica, não passará pela cabeça de ninguém que o Benfica perca este encontro. A equipa de Jorge Jesus deverá entrar a todo o gás, tentando resolver bem cedo o problema de abrir o marcador. Caso o consiga, o Vitória de Guimarães poderá viver uma experiência semelhante à que viveu na sua última passagem pelo Jamor, quando perdeu por 2-6, com o FC Porto, em 2011.
Um dérbi imperial na Taça de Itália
Emocionante final na Taça de Itália, com um dérbi romano no Estádio Olímpico da capital. Os dois grandes rivais disputam o título na Taça de Itália e, consequentemente, um lugar nas competições europeias, já que ambos os conjuntos falharam esse apuramento via Série A. Para a AS Roma, a última Taça foi conquistada em 2008. Ter ficado em 6º lugar na Liga, com mais um ponto do que o seu rival, terá sabido a pouco se não confirmar essa vantagem no jogo deste domingo. Já a Lazio, que venceu a Taça em 2009, procura aqui confirmar o regresso à Liga Europa, onde este ano fez uma boa figura, atingindo os quartos-de-final. Num jogo onde tudo poderá acontecer, entrar-se-á como o duelo mais sanguíneo das três finais do fim-de-semana, esperando-se que, no relvado, ambos os conjuntos possam confirmar, com futebol, aquilo que se espera deste encontro.
Boas apostas!