Se poucas dúvidas restavam, a derrota do Manchester City no encontro com o Everton, a contar para a 29ª jornada da Premier League, parece ter definido a entrega do título ao Manchester United. A equipa do português Nani, ausente por lesão, cumpriu os serviços mínimos ao bater o Reading e está agora bem perto de festejar o 20º título da sua história.
Perder uma batalha, perder a guerra
Um verdadeiro jogo à inglesa, foi ao que se assistiu no passado sábado, em Goodison Park, onde o Everton bateu o Manchester City por 2-0 e, praticamente, fechou as contas do título inglês. David Moyes é um dos mais conceituados técnicos britânicos e esperava os Citizens com uma rede onde os milionários de Manchester haveriam de cair. Com uma grande exibição protagonizada pelo seu trio de médios, com Leon Osman a encarnar a pele do lutador incansável e Darron Gibson a passear classe pelo relvado, sobrando Fellaini para ser pau para toda a obra na ligação entre defesa e ataque. Javi Garcia e Gareth Barry pareciam incapazes de segurar a intensidade com os médios do Everton subiam no terreno, criando-se um fosso entre eles e o ataque do City. Foi isso mesmo que o conjunto de Liverpool, quando aos 32 minutos Osman disparou de fora da área para abrir o marcador.
Mesmo a perder, Roberto Mancini demorou muito a tomar providências para mudar o sentido do jogo. Só depois de Steven Pienaar ter visto o segundo amarelo, aos 61 minutos, o técnico italiano mexeu na equipa, na esperança de encostar o Everton às cordas. Mas David Moyes estava, já nessa altura, a tentar refrescar o seu conjunto. Com as tentativas do Manchester City a passarem ao lado ou a parar nas mãos do guarda-redes Mucha, Nikica Jelavic entrou à beira dos descontos e teve tempo para fechar a contagem em 2-0. A vitória do Everton foi justíssima, deixando claro que a desinspiração do City é bem mais do que um problema passageiro. Mancini não encontrou forma de retirar o melhor dos seus jogadores, atravessa uma temporada totalmente falhada e terá agora de se preocupar com a aproximação do Chelsea, se quiser segurar o 2º lugar.
Cumprir os mínimos (ou não)
Num jogo sem grandes motivos de interesse, o Manchester United, já conhecedor da derrota do City, recebeu o Reading e venceu por 1-0. Aos 20 minutos de jogo, Rio Ferdinand partiu de trás com a bola controlada, levou-a até ao ataque para entregar a Rooney, que ainda contou com a ajuda de um defesa para trair o guardião Taylor. O United ganhava vantagem e limitou-se a controlá-la, tendo em conta que o Reading também não foi capaz de criar perigo para as redes de De Gea. Resultado final: o título ali tão perto.
Quem também fez questão de cumprir com a sua parte foi o Chelsea. Os Blues disputaram um dérbi londrino frente ao West Ham e venceram por 2-0, com golos de Lampard e Hazard, numa partida em que foram sempre superiores. Esta vitória valeu-lhes a subida ao 3º lugar e a aproximação ao Manchester City, que está agora a apenas quatro pontos de distância. Rafael Benítez encontra, assim, razões para sorrir.
Quem não foi capaz de cumprir a sua parte foi o Tottenham, somando a terceira derrota consecutiva depois de ter passado doze jogos sem sofrer uma sequer. A equipa de André Villas-Boas recebeu o Fulham e viu Berbatov marcar um golo, pecúlio suficiente para levar o Fulham à primeira metade da tabela classificativa. Já André Villas-Boas parece não ver motivos para grandes preocupações. Mas o regresso às vitórias é urgente.
Vitórias importantes
O Arsenal tem menos um jogo do que os Spurs, podendo vir a ficar a apenas um ponto quando acertar o calendário. Isto porque, no sábado, alcançou mais uma excelente vitória fora, em Swansea, por 0-2. Os Gunners aproveitaram o facto dos galeses estarem bastante mais relaxados, depois da conquista da Taça da Liga, e contaram com os golos de Monreal e Gervinho para reentrar na luta pela Liga dos Campeões.
Quem também alcançou uma vitória digna de registo foi o Aston Villa, na recepção ao último classificado, o Queen’s Park Rangers. A equipa londrina vinha de duas vitórias consecutivas e começou a ganhar, com um golo de Jenas. No entanto, o Villa deu a volta ao texto, com golos de Agbonlahor e Weimann. Towsend, aos 73 minutos, restituiu a igualdade, mas esse ponto que parecia destinado ao QPR ficou mais longe, quando Benteke marcou o terceiro da equipa visitada.
Também envolvido na luta pela manutenção, o Wigan recebeu e bateu o Newcastle, adversário do Benfica na Liga Europa. A equipa de Alan Pardew viu-se privada de Debuchy e Haidara, ambos por lesão, mas aguentou estoicamente até ao minuto final, quando Arouna Koné marcou o segundo golo da equipa da casa e celebrou uma vitória que vai segurando as esperanças do seu conjunto na manutenção.