Liga ZON Sagres – Em semana de clássico entre Sporting e FC Porto, ambos os conjuntos se preparam para defender, com unhas e dentes, as suas chances de garantir a segunda posição no campeonato. Ainda que o objetivo primordial dos dois conjuntos não passe por essa classificação, a verdade é que o Benfica se conseguiu distanciar na luta pelo título. Cabe, assim, a Leões e Dragões conseguir aquele que é um apetecível prémio de consolação: a entrada direta na Liga dos Campeões.
O Sporting esperava ter uma vantagem superior sobre o FC Porto. O empate em Setúbal abriu feridas que se vinham sentido na equipa ao longo da temporada. As queixas que os Leões vão tendo sobre a arbitragem não escondem, ainda assim, aquelas que são as suas fragilidades. Como se viu pelos confrontos com os outros dois grandes, ao Sporting falta ainda alguma agressividade no controlo da partida. William Carvalho tem crescido bastante neste aspeto, tal como Adrien vem afinando aquelas que são as suas capacidades para estabelecer a ligação entre defesa e ataque. Falta, ao Sporting, um terceiro elemento que complete a linha da intermediária, um papel que André Martins não conseguiu desenvolver e que a opção Gerson Magrão também deixa muito a desejar.
Curiosamente, é nessa mesma área do terreno de jogo que Luís Castro achou por bem fazer incidir o foco logo no primeiro encontro em que tomou as rédeas dos Dragões. Fernando voltou, com o novo técnico, a ter a responsabilidade de patrulhar toda a largura do terreno, surgindo Defour um pouco mais adiantado, fazendo dupla com Carlos Eduardo em busca de abrir espaços para o ataque. Este formato resultou frente ao Arouca e não oferecerá dúvidas quanto à sua utilização, também, em Alvalade. O frente-a-frente parece reservar uma luta titânica entre as duplas William-Adrien e Carlos Eduardo-Defour. Na luta que se adivinha para o terceiro elemento de cada conjunto, Fernando poderá acabar surpreendido apenas se Leonardo Jardim chamar Carlos Mané para aparecer na zona de influência do luso-brasileiro.
Jogo de ataques
Será, no entanto, na eficácia das linhas ofensivas que Sporting e FC Porto poderão vencer o clássico. E aí entramos, também, naquela que será a maior diferença entre os dois conjuntos. Enquanto os verde e brancos optam por um sistema regrado, de compensações e desequilíbrios entre os dois extremos, já os azul e brancos baseiam-se, acima de tudo, no génio de Quaresma. A verdade é que o Mustang pode virar um jogo de pernas para o ar com a o seu talento. Ao mesmo tempo, a sua busca de oportunidades pode ser desgastante para os colegas que o observem a desperdiçar posses de bola. Já no Sporting, com Slimani ou Montero, é a linearidade que serve de base. Leonardo Jardim muda, regularmente, os nomes dos jogadores junto das linhas porque o importante é o que cada um pode dar, a cada dia, ao seu referente no ataque. E isso pode acabar por beneficiar a defensiva adversária, que se se concentrar em tirar do jogo o elemento que surja no centro do terreno pode ter melhores resultados do que alguém que tenha que lidar com a imprevisibilidade de um talento natural, curiosamente, “Made in Alvalade”.
Boas Apostas!