Entre sexta e domingo os caminhos do ténis vão dar à cidade francesa de Lille onde a equipa da casa recebe o contingente suíço. No Stade Pierre Mauroy, franceses e suíços vão discutir entre si o título da Taça Davis 2014. Se estiver em condições de alinhar, esta será talvez a derradeira oportunidade de Federer conquistar um dos poucos troféus que lhe escapam. Se ele, o helvéticos não têm hipótese. Ao contrário da França, que tem quatro elementos muito capazes, Federer e Wawrinka têm que carregar o peso praticamente sozinhos. Será a primeira para os suíços ou a décima dos gauleses?

federer_tsongaOs quatro mosqueteiros

Para chegar a esta final a França teve que eliminar a bicampeã da prova, a República Checa, que nas duas últimas edições da prova se superiorizaram a Espanha e Sérvia. Os checos tinham como trunfo a mesma qualidade que o contingente francês fez valer em 2014 – uma equipa consistente, com quatro elementos de qualidade. Olhamos para estes quatro mosqueteiros – Gael Monfils, Jo-Wilfried Tsonga, Julien Benneteau e Richard Gasquet e não encontramos o elo mais fraco. Os dois primeiros, em particular, terminar o circuito ATP em boa forma. Além da força do coletivo, de jogarem em casa, no piso escolhido, os tenistas franceses beneficiaram também do facto de terem tido muito tempo para descansar e preparar esta final com toda a calma. Desde os últimos dias de Outubro que deixaram de competir, afastados que foram em rondas distintas do Masters 1000 de Paris. Se mazelas havia, três semanas são mais do que suficientes para recuperar.

Dois para fazer o trabalho de quatro

As circunstâncias da equipa suíça são praticamente as inversas. Depende em absoluto de dois homens – Federer e Wawrinka – já que os restantes companheiros são de um nível muito modesto – Marco Chiudinelli (212º) e Michael Lammer (508º). Os dois elementos mais cotados, que terão que assumir os respetivos jogos de singulares e o de pares, fizeram a sua última partida no sábado passado, nas finais do World Tour, curiosamente um contra o outro. Ainda por cima, foi um confronto fisicamente exigente, muito disputado, com os dois últimos sets a serem decididos em tie-break. Há rumores de uma altercação entre os dois tenistas no acesso aos balneários, no fim da partida, supostamente provocada pelos comentários pouco simpáticos que a esposa de Federer fez ao adversário do marido. Entretanto os dois já vieram a público dizer que está tudo bem, com brincadeiras e risos à mistura. A tempestade parece ter passado. Mas ainda resta uma nuvem negra carregada. O antigo número um do mundo viu-se impossibilitado de disputar a final em Londres, frente a Djokovic, em virtude de uma lesão nas costas contraída nessa semifinal. Aos trinta e três anos o corpo leva algum tempo mais a recuperar. Mesmo Wawrinka estará, certamente, cansado de uma semana de jogos ao mais alto nível. A comitiva já comunicou que Federer está em condições de integrar a equipa e até já estão escalonados os jogos. Mas dificilmente estará ao nível que o vimos em Londres, até se ter magoado. Stan abre as hostilidades frente a Tsonga, Roger e Monfils são os senhores que se seguem.

Palco de luxo

A França conquistou o direito de escolher o local e optou pelo Stade Pierre Mauroy, em Lille, um recinto multiusos, topo de gama, casa da equipa de futebol com o mesmo nome. O complexo desportivo, com cobertura amovível, pode ser transformado para albergar uma partida de futebol, de rugby, ténis, basquetebol ou até uma prova de motocross. Custou quase trezentos mil euros e neste momento está equipado com um court de ténis em terra batida. Esta será a décima terceira vez que franceses e suíços se enfrentam no contexto da Taça Davis, com os primeiros em clara vantagem, dez vitórias contra apenas duas. Os gauleses são detentores de nove títulos – o primeiro em 1927 e o último em 2001. Já os helvéticos lutam pelo primeiro troféu.