Um Benfica em processo de renovação total, um Sporting em momento de indefinição e um FC Porto a atacar forte no mercado. O primeiro olhar sobre a Primeira Liga portuguesa de 2014/15 é um conjunto de indefinições onde se torna bem difícil encontrar o favorito ideal.
O conjunto encarnado entra como detentor do título, mas será um Benfica muito diferente aquele que poderemos ver na nova temporada. Jorge Jesus arrisca-se a perder até nove titulares da temporada passada, ficando apenas com Luisão, Fejsa e Lima do grupo de jogadores a quem mais recorreu para ser campeão. As mudanças eram esperadas: depois de um ano onde a vontade de ganhar se sobrepôs às preocupações financeiras, a administração de Luís Filipe Vieira precisou de olhar para o balanço financeiro. Matic saiu ainda em competição, André Gomes e Rodrigo foram vendas inesperadas, Garay um negócio pressionado pela aproximação do final de contrato. Pelo mesmo caminho deverão, ainda, seguir Gaitán e Enzo Pérez, dois jogadores muito valorizados na passada época. O trabalho de Jorge Jesus passa por reconstruir uma equipa, tentando encontrar os jogadores certos para conseguir diminuir o espaço de tempo entre o início do campeonato e o encontrar do ritmo certo. Uma missão complicada, à qual se junta a pressão de ter que fazer melhor na Liga dos Campeões, depois de no ano passado não ter ido além da fase de grupos.
Que Sporting é este?
Marco Silva foi o nome escolhido para ocupar a vaga deixada por Leonardo Jardim e o jovem técnico tem aqui o grande desafio da sua carreira. Terá que provar que merece a rápida ascensão até um emblema grande, correndo o risco de se poder tornar num novo Paulo Fonseca. No reino dos leões existem ainda muitas indefinições, já que nenhuma das projetadas vendas foi ainda confirmada. As contratações levadas a cabo por Bruno de Carvalho também não ajudam a resolver a incógnita, visto que a maior parte delas são de jogadores estrangeiros de quem se conhece muito pouco. Outra das dúvidas que se levanta em Alvalade é a da diminuição da aposta nos produtos da Academia, visto que algumas das contratações chegam para ocupar lugares que pareciam destinados a elementos dos quadros leoninos. Com a Liga dos Campeões pela frente, este Sporting terá que demonstrar uma fibra que, à partida, muitos duvidam que tenha.
Porto leva um passo adiantado
Empurrado pela necessidade de entrar nas competições europeias antes dos seus concorrentes, o FC Porto é quem está mais adiantado na formação do seu plantel. Julen Lopetegui tem usado da sua influência no mercado espanhol para trazer alguns nomes sonantes do país vizinho, como Tello, Adrián e Oliver. A este conjunto falta ainda um médio-centro de qualidades inegáveis para que se possa começar a vislumbrar um onze de topo, mas a verdade é que as indicações iniciais não podiam ser melhores. Espera-se um FC Porto de cara lavada e de ambições renovadas, aspirando ao sucesso nas provas nacionais e internacionais. As muitas mudanças foram exigidas pelos fracos resultados do passado recente e não restam dúvidas de que Pinto da Costa parece estar num ano de acerto no que toca ao trabalho desenvolvido no mercado.
Quem será a surpresa da nova temporada
Depois de Paços de Ferreira e Estoril Praia terem merecido destaque nas últimas duas temporadas, as dúvidas são ainda muitas sobre quem será a equipa que poderá entrar na corrida pela proximidade ao pódio da Primeira Liga. O Estoril Praia viu sair Marco Silva e Evandro, podendo ainda perder Vágner, e terá em José Couceiro o novo timoneiro. Quem também espera poder voltar aos lugares do topo é o Sporting de Braga, com Sérgio Conceição a chegar de Coimbra, mas a verdade é que o Nacional, pela constância das suas opções e pela manutenção de Manuel Machado, poderá mesmo ser o candidato mais forte, à partida, para tentar “fazer cócegas” aos três grandes.