O Torneio que decide o Campeão da CONCACAF – Confederação da América do Norte e América Central, disputa-se, este ano, nos Estados Unidos da América, com a abertura marcada para a noite do próximo domingo. O México garantiu a vitória nas últimas duas edições, sendo o país com mais títulos, seis em doze edições. A jogar em casa, os Estados Unidos tentarão aproximar-se da equipa mexicana, buscando a quinta vitória na competição, que apenas por uma vez fugiu das mãos dos dois gigantes desta Confederação, quando em 2000, o Canadá venceu a prova.
A Gold Cup, apesar de oferecer um título continental e, a cada duas edições, a presença na Taça das Confederações, é habitualmente uma competição onde as principais equipas apresentam plantéis de recurso, apostando em jogadores que nem sempre têm oportunidade de estar entre os escolhidos.
Por outro lado, as equipas de segunda linha aproveitam a competição para se medir ao mais alto nível, podendo, este ano, ver equipas como a Costa Rica ou as Honduras dar uma boa réplica aos favoritos. Finalmente, entre os “desconhecidos” do futebol mundial, surgem por vezes algumas surpresas. Este ano, o Haiti, que deu excelente nota da sua qualidade em amigáveis frente a Espanha e Itália, é a equipa que mais promete.
Grupo A
O México sofreu uma forte desilusão na Taça das Confederações, esperando recuperar, na Gold Cup, o sabor das vitórias. José Manuel de la Torre traz uma seleção composta apenas por jogadores que atuam na Liga Mexicana, com apenas dois atletas a repetir presença nas duas listas, o guarda-redes Talavera e o avançado Raúl Jiménez. Os mexicanos apresentam alguns bons atributos a nível ofensivo, com Javier Orozco, novo reforço do Santos Laguna, a regressar à seleção, depois de já ter feito parte da equipa na liderança de Eriksson. Outros elementos a ter em conta são os campeões olímpicos Israel Jiménez, Darvin Chávez, Miguel Ponce, Jorge Enríquez, Javier Cortéz, Marco Fabián e o já referido Raúl Jiménez, o que oferece a este conjunto uma experiência de vitória que poderá torna-los superiores aos seus adversários no Grupo A.
Aí, o Panamá, treinado por Julio Dely Valdés, parece ser um bom candidato ao segundo lugar, com Gabriel Gómez (Junior Barranquilla, antigo jogador do Belenenses) e Marcos Sánchez (DC United) a serem fortes elementos no meio-campo e Blas Pérez (FC Dallas) como principal referência ofensiva. O Canadá apresenta também alguns atletas de referência, como o defesa Marcel de Jong e o médio Julian de Guzmán, numa equipa onde também poderemos ver o “português” Pedro Pacheco, jogador do Santa Clara. Finalmente, a Martinica é o verdadeiro outsider, apesar de apresentar Grégory, central com passado no futebol português, e o avançado Frédéric Piquionne nas suas escolhas.
Grupo B
A jogar em casa, os Estados Unidos apresentam uma equipa que mistura alguns jogadores com muita experiência com outras apostas de futuro. Jurgen Klinsmann aproveita a Gold Cup para promover o regresso de Landon Donovan à seleção. O jogador mais internacional dos Estados Unidos tem estado afastado das escolhas, mas com o aproximar do Mundial, será uma carta a incluir na seleção, pelo que esta competição é uma boa oportunidade para que Donovan volte a mostrar a influência que pode ter nesta equipa. Outros elementos experientes, como o central Onyewu, DaMarcus Beasley, Kyle Beckerman, Chris Wondolowski e Herculez Gomez oferecem a esta seleção capacidade para vencer. Entre os elementos mais jovens, o avançado Jack McInerney terá a sua primeira oportunidade de brilhar numa competição. Atenção ainda para José Torres que, aos 25 anos, apresenta agora uma maturidade que não tinha quando surgiu no Mundial de 2010.
No Grupo B será de ter em conta a Costa Rica, que se apresenta como um dos fortes candidatos a garantir um lugar no próximo Mundial. O conjunto orientado pelo colombiano Jorge Luis Pinto é uma equipa muito compacta, sem grandes estrelas, sendo o seu elemento mais experiente o defesa Junior Dias, do Mainz. Lutando por um dos lugares de melhores terceiros estarão Cuba e o Belize. Duas seleções desconhecidas, compostas essencialmente por jogadores das respetivas ligas nacionais, poderão mostrar os seus atributos na Gold Cup, mas com dificuldade, tendo em conta o grupo que lhes foi destinado.
Grupo C
Honduras é a seleção que vem desafiando o México no acesso ao Mundial, sendo provável que possa ainda discutir a sua posição na grande competição do futebol através do playoff. Depois da excelente presença nos Jogos Olímpicos do ano passado, o conjunto hondurenho vem à Gold Cup sem as suas principais figuras, mas ainda assim com atletas que lhe poderão permitir lutar por um lugar no pódio. O guarda-redes Mendoza, o defesa Orlin Peralta, o médio Alexander López ou o avançado Jerry Palácios poderão fazer parte do núcleo duro de uma equipa que apresenta aqueles que podem ser considerados as maiores promessas das Honduras: Andy Najar, que evolui no Anderlecht, e Luis Garrido, do Estrela Vermelha, ambos com passagem por Londres em 2012.
El Salvador tentará lutar pelo primeiro lugar, num grupo que pode ser considerado dos mais equilibrados. Com um plantel muito jovem onde o central Steve Purdy, que joga na MLS, é a referência mais experiente, os salvadorenhos tentarão entrar bem no torneio para poderem lutar pela fase seguinte. Trindade e Tobago coloca em campo um dos jogadores mais conhecidos desta competição, Kenwyne Jones, avançado do Stoke City, mas no seu conjunto parece não ter argumentos para chegar muito longe. Por seu lado, o Haiti é considerado como outsider, depois de se ter apresentado ao mundo em amigáveis no início deste verão. Maurice e Belfort, dupla de avançados do Le Mans, e três jogadores que passaram por Portugal, Jean Sony, Petterson Joseph e Yves Desmarets, têm a responsabilidade de comprovar a sua qualidade frente a equipas que estarão mais próximas do seu nível.
Boas apostas!