Esta semana, Taça de Espanha e Taça de Portugal vivem clássicos que definem a paixão do futebol. Quatro equipas que entram em campo praticamente à mesma hora, quatro ideias de jogo, quatro formas de medir a importância desta competição nas suas temporadas.
Começamos pelo clássico português, jogo de meia-final da Taça de Portugal, depois de uma vitória portista no Estádio do Dragão por 1 a 0. Luís Castro acabou por deixar bem claro nas suas escolhas que as várias competições a eliminar constituíam a sua melhor oportunidade de ganhar um título para os azuis e brancos e atuou em conformidade no passado fim-de-semana, promovendo o descanso de vários jogadores com vista à viagem a Lisboa. Já o Benfica, pelo contrário, mete o seu foco principal na Liga ZON Sagres, defendendo, esta quarta-feira, a honra do seu estádio, que não quererá rever como local de festa para o seu grande rival.
O momento mental de ambos os conjuntos poderá acabar por ser decisivo para encontrar o vencedor. Para os de encarnado, o título está praticamente assegurado e a festa poderá fazer-se domingo que vem. Mesmo que possa promover mexidas no seu onze, Jorge Jesus manterá a filosofia ofensiva da sua equipa, tentando empurrar o meio-campo portista para o último terço do terreno. Dificultar a saída de bola portista poderá ser uma missão decisiva para Rodrigo e Lima. Para Luís Castro, mesmo sem muito tempo para treinar, será certo que não se repetirá o sufoco sofrido em Alvalade, onde a equipa perdeu imensas bolas na saída para o ataque. Com Mangala, Maicon e Fernando disponíveis, Danilo e Alex Sandro deverão rasgar as faixas, de forma a aumentar as possíveis saídas de passe. Não soará estranho se o jogo ficar decidido na forma como este momento do encontro venha a desenrolar-se.
A Real(idade) sem Cristiano Ronaldo
Vida dura para Carlo Ancelotti que procura, ainda, a sua primeira vitória frente ao rival Barcelona. Para piorar a sua situação, Cristiano Ronaldo não está disponível e aquele que tem sido o plano A do técnico italiano – esperar que o CR7 decida – não estará disponível. Em primeira instância, caberá a Gareth Bale substituir a influência do português, ainda que o galês não tenha as mesmas armas à disposição. Ancelotti terá que decidir se opta pela presença de Di María e Isco no onze e em que posições cada um destes jogadores se apresentará. Com o argentino no meio-campo, a equipa ganha em consistência e capacidade de explosão, mas poderá entender Ancelotti que Isco – ou outro jogador com características mais defensivas – acabe por ser mais importante no frente a frente com o meio-campo catalão.
No caso do Barcelona, as dificuldades estão na defesa e na forma como se pode redesenhar um setor que é dos mais influentes na gestão do jogo dos culés. Sem Puyol ou Piqué, Gerardo Martino optou, em Granada, por formar uma dupla de centrais com dois médios adaptados, Busquets e Mascherano. Ao tentar manter quem seja capaz de sair com a bola jogável, o treinador acaba por fragilizar o meio-campo, onde Song não oferece a mesma fiabilidade do internacional espanhol. A manta está curta em Barcelona e sem Messi nem Neymar a fazer a diferença, a vida de Martino vai ficando cada vez mais difícil. Amanhã, no balneário do Mestalla, é bem provável que o técnico reivindique a proximidade de ganhar mais uma Taça, sobretudo frente ao grande rival, para que os seus jogadores se superem. Eles talvez o façam, por si, não pelo treinador. É esta a situação atual de uma equipa que tem identidade, mas não tem quem lidere o grupo até ela.
Boas Apostas!