Liga Espanhola – Não existem verdades definitivas a menos que os resultados assim o demonstrem. Esta é a ideia que devemos manter em mente perante aquilo que vai acontecendo na Liga BBVA, por este momento, uma das competições onde a incerteza parece marcar presença mais intensa na frente da classificação. Com o clássico entre o Real Madrid e o FC Barcelona a marcar a atualidade de domingo passado, voltamos a encontrar o Atlético de Madrid na frente do campeonato e três grandes clubes a desfazer verdades absolutas que parecem não ter por onde se aguentar.

O Real Madrid é mais forte depois de Mourinho

Esta é a primeira verdade que deve alimentar algumas dúvidas quando a olhamos. Carlo Ancelotti tem trabalhado o Real Madrid de forma diferente do técnico português, mas se é verdade que na generalidade dos encontros, os merengues apresentam um futebol mais atrativo e capaz de ser dominador durante 90 minutos, nos seus encontros com os outros grandes do futebol espanhol, as coisas não serão bem assim. O Real Madrid irá terminar a temporada sem vencer Barcelona ou Atlético de Madrid na Liga, o que é algo raro e apenas uma vez na história permitiu o festejo do título. No encontro deste domingo, o Real de Ancelotti deixou claras certas fragilidades, sobretudo no setor defensivo, que o técnico italiano não conseguiu resolver. Perante um Barcelona que tapou, muito bem, as suas principais estrelas, o ataque do Real esteve entregue a um endiabrado Di María, mas nos setores mais recuados, Sérgio Ramos e Pepe não chegaram para todas as encomendas que surgiram na sua zona de controlo, sem contar, também, com grande ajuda de Carvajal e Marcelo. Portanto, o Real Madrid não é mais forte do que no ano passado, ainda que, numa época onde, uma vez mais, a Liga se decidirá nos pormenores, o título é possível.

O FC Barcelona já passou a data de validade

Messi Ronaldo

Nem é preciso perguntar pelo resultado…

Muitas vezes se tentaram fazer enterros do grande Barcelona e, sendo verdade que o estilo de jogo que colocou os catalães na história das grandes equipas de futebol de sempre já não é o utilizado pela gestão de Gerardo Martino, na equipa culé ainda está a maioria dos atores – e, consecutivamente, do talento – que tornou esse conjunto tão dominador. No jogo deste domingo ficou evidente a organização defensiva, que tendo falhado na compensação das subidas de Di Maria, sobretudo durante a primeira parte, conseguiu, durante quase todo o encontro, apagar Cristiano Ronaldo e Gareth Bale. Mas a merecer todo o destaque a atitude competitiva de uma equipa que, no presente momento, tem os seus melhores episódios nos jogos mais exigentes. Messi sobressai em todo o seu talento, bem acompanhado pelo trabalho de Busquets, Iniesta e Neymar, jogadores que estão bem acima da média no quadro internacional e transformam o Barcelona num conjunto que ninguém gostar de defrontar.

O Atlético de Madrid é uma surpresa temporária

Já passou o tempo de não acreditar nos colchoneros na luta pelo título. Depois o El Clásico, o Atlético de Madrid volta ao primeiro lugar e, com vantagem sobre o Real Madrid no confronto direto, depende apenas de si para festejar um título antes visto como improvável. A vitória de ontem no terreno do Bétis voltou a deixar evidente a raça que todos os jogadores colocam no jogo, elevando a nível de topo a organização pensada por Diego Simeone. O Atlético é o resultado de imenso trabalho de pormenor com vista a igualar uma equipa com muito menos meios aos dois gigantes de Espanha. Que Simeone volte a ter o título na mira a apenas nove jogos do final da Liga Espanhola é, realmente, fabuloso.

Boas Apostas!