Grupo C

O grupo das incógnitas na Taça das Nações Africanas 2013 tem à cabeça o atual detentor do título, a Zâmbia, que regressa com um conjunto em tudo semelhante ao do ano passado, restando perceber se depois de um primeiro título a equipa tem ainda a mesma sede de vitórias. A Nigéria volta a estar presente na competição depois de ter falhado a presença em 2012, não deixando de ser considerada uma forte favorita, tendo em conta a qualidade das suas individualidades. O Burquina Faso surge também com ambições na competição. Apontada como um dos outsiders em 2012, ano em que falhou rotundamente, os burquineses esperam mostrar na África do Sul que merecem estar neste nível competitivo. Finalmente, a Etiópia, grande desconhecida desta edição da CAN, que deixou pelo caminho o Sudão, a surpresa do ano passado. Embora Zâmbia e Nigéria pareçam estar num degrau competitivo mais elevado, o grupo C é o mais difícil de prever nesta edição da Taça das Nações Africanas.

CAN 2013

Zâmbia

ZâmbiaInesquecível para quem assistiu à vitória da Zâmbia na Taça das Nações Africanas em 2012. O fato da competição se disputar no Gabão, onde em 1993 um acidente de viação matou uma das mais esperançosas gerações do futebol zambiano, deu um significado ainda mais intenso ao que aconteceu. Um ano depois, campeões em título, a Zâmbia desafia o destino e tentar afirmar uma nova geração no mais alto nível do futebol. Ainda sem qualquer presença em Mundiais, o desafio passa por manter a intensidade do futebol bonito praticado por zambianos, com uma conjugação de jovens e elementos experientes no seu onze.

Apesar de campeão, a Zâmbia teve que enfrentar a qualificação para esta edição da prova. Uma magra vitória por 1-0 em casa, obrigou à marcação de grandes penalidades no jogo fora, depois de terem perdido por 0-1. Consumado o apuramento, em cinco jogos de preparação, a Zâmbia só conseguiu vencer um, frente à África do Sul, o que é um sinal preocupante para os zambianos.

Felix Katongo (Petro, Angola) foi o melhor jogador da CAN 2012, e regressa com Kabala, Sunzu e Sinkala (todos do TP Mazembe, RD Congo), Mayuka (Southampton, Inglaterra) e Jacob Mulenga (Utrech, Holanda) para formar um dos onzes mais poderosos da competição. A equipa precisará de apresentar a magia que a caracteriza para atingir os resultados pretendidos.

Previsão: A passagem aos quartos de final parece ser um objetivo exequível, embora se possa tornar complicado esperar mais da equipa zambiana este ano.

Nigéria

nigériaUma das seleções com melhor currículo no futebol africano, a Nigéria somou duas presenças nos oitavos de final de Mundiais, juntando a isso duas vitórias na Taça das Nações Africanas em 1990 e 1994. Recentemente, a Nigéria somou presenças no pódio consecutivas entre 2000 e 2006, juntando-lhe outra em 2010. Com tal currículo, não deixou de causar surpresa a ausência dos nigerianos em 2012. Depois desse afastamento, a equipa da Nigéria espera regressar em força à CAN, apontando a mais uma presença nos jogos decisivos da competição. Com uma nova geração a despontar, os nigerianos contam com algumas referências de experiência no seu grupo, o que será essencial para alcançar o sucesso no torneio.

Na primeira ronda de qualificação, a Nigéria eliminou o Ruanda, depois de um empate fora a zero e uma vitória em casa por 2-0. Na segunda ronda, frente à Libéria, um novo empate fora, desta vez a duas bolas, e uma vitória por 6-1 no jogo decisivo. Os jogos de preparação incluíram uma vitória por 3-1 na Venezuela e um empate a zero com Cabo Verde.

Obi Mikel e Victor Moses (Chelsea) são as duas figuras maiores da equipa nigeriana, que contará ainda com a experiência de Uche (Villarreal, Espanha), Joseph Yobo (Fenerbahce, Turquia) e do guardião Vincent Enyema (Maccabi Telavive, Israel).

Previsão: Os nigerianos até parecem ter condições para vencer o grupo C, mas dada a qualidade dos adversários que competem no grupo D, será muito difícil ir além dos quartos de final.

Burquina Faso

burquina fasoA seleção burquinesa tem como ponto alto da sua história um quarto lugar na Taça das Nações Africanas de 1998, quando organizou a competição no seu território. No entanto, esta será já a nona participação numa fase final de um país que nunca chegou aos Mundiais. Fruto de um bom trabalho de base que teve selo português (Paulo Duarte liderou, durante alguns anos, esta seleção), o Burkina tem hoje em dia alguns jogadores que são referências do futebol africano, como é o caso de Pitroipa, a quem já apelidaram de CR africano. Em 2012 eram vistos como fortes candidatos a uma surpresa, mas acabaram por ser a desilusão. Este ano entram em jogo com a obrigação de limpar a má imagem deixada aos fãs do futebol africano.

Para chegar à África do Sul, o Burquina Faso teve que defrontar a Rep. Centro-Africana, perdendo fora por 0-1 e vencendo em casa por 3-1. De salientar que os centro-africanos haviam eliminado o Egito na ronda anterior. Na preparação, destaque para uma vitória frente à RD Congo.

Para além de Pitroipa (Rennes, França), destaque ainda para o avançado Dagano (Al Siliya, Qatar) e para alguns jogadores que passaram por Portugal, como Panandétiguiri e Issouf Ouattara.

Previsão: Vida complicada do Burquina perante adversários com um historial muito maior na competição. Ainda assim, tentarão dificultar a vida à Zâmbia e à Nigéria no acesso aos quartos de final.

Etiópia

etiopiaUma das potências africanas na década de 50 e 60, quando chegou a alcançar um título (1962) duas presenças no pódio e mais duas em meias finais, a Etiópia não conquistava um lugar na Taça das Nações Africanas desde 1982. Juntando a isso o fato de apenas ter dois atletas a jogar fora do país, os etíopes são os grandes desconhecidos deste torneio. Ainda assim, é nota de relevo terem eliminado o Sudão, uma das nações emergentes no continente, no caminho para esta competição.
Depois de eliminar o Benim graças a dois empates, 0-0 em casa e 1-1 fora, a Etiópia perdeu por 3-5 no Sudão, conseguindo o apuramento graças a uma vitória caseira por 2-0. Na preparação para esta competição, um empate a uma bola na Tunísia é um resultado bem prometedor.

Adane Girma (St. George) foi o melhor marcador da equipa na fase de apuramento e poderá ter um papel preponderante na frente de ataque da equipa. Yusuf Saleh (Syrianska, Suécia), único jogador a atuar na Europa, poderá também vir a revelar-se importante no meio campo da equipa etíope.

Previsão: Espera-se uma equipa recuada e a arriscar o mínimo possível em cada jogo. Destinada a ser a última do grupo, a Etiópia também não tem nada a perder, podendo com isso acabar por beneficiar de alguma surpresa.

Grupo D

O mais forte dos grupos da Taça das Nações Africanas, onde estão duas equipas que se apresentam como grandes candidatas a atingir a final da competição, no dia 10 de fevereiro. Costa do Marfim, finalista em 2012, e Tunísia, reúnem todas as condições para chegar ao último dia do torneio. No entanto, terão que enfrentar ainda a Argélia, uma equipa que tem estado muito forte nos últimos anos, e o Togo, que regressa à Taça das Nações Africanas e poderá ter Adebayor, a sua alma mater, a liderar o onze. Estes ingredientes fazem do grupo D um grupo da morte, onde quem conseguir o apuramento partirá para os quartos de final como candidato. Será que os craques de cada uma das seleções conseguirá confirmar aquilo que se espera deles?

Costa do Marfim

costa do marfimApesar de ter vencido a Taça das Nações Africanas apenas uma vez, em 1992, e de ter esperado por 2006 para se estrear num Mundial, a seleção da Costa do Marfim junta no seu currículo 2 segundos lugares e 4 terceiros lugares nesta competição. Para além disso, quem tem Didier Drogba continua a ter um argumento demasiado forte para fazer a diferença na CAN. Para além disso, no plantel marfinense marcam ainda presença diversos jogadores com larga experiência internacional, desejosos de entregar ao seu capitão uma Taça que lhe vem fugindo entre os dedos nos últimos anos.

A Costa do Marfim bateu o Senegal nas duas partidas da fase de apuramento, por 4-2 em casa e por 2-0 fora. Para além disso, em novembro passado, venceu a Áustria por 3-0, mostrando todo o seu potencial ofensivo, algo que poderá voltar a demonstrar em território sul africano.

Para além de Drogba, agora na China, Gervinho (Arsenal) e Yaya Touré (Man City) são as duas mais poderosas referências dos marfinenses, grandes favoritos a alcançar o título no torneio.

Previsão: Não será uma caminhada fácil para uma equipa que tem ficado à beira de alcançar a vitória na competição, mas este ano parece que a Taça das Nações Africanas será mesmo entregue a Drogba e à Costa de Marfim.

Tunísia

TunísiaCampeões em 2004, os tunisinos atingiram os quartos de final em três das últimas quatro edições da Taça das Nações Africanas. Em 2012, acabaram eliminados no prolongamento pelo Gana, num jogo que soube a injustiça, tendo em conta o bonito futebol apresentado pela seleção do norte do continente. Com quatro presenças em Mundiais e mais duas presenças em finais da Taça das Nações Africanas, a Tunísia é um habitual favorito na competição. Este ano o objetivo passa por conquistar aquilo que lhe escapou no ano passado: mais uma chegada à final.

O apuramento foi tremido, para os tunisinos, já que a um empate a duas bolas na Serra Leoa se sucedeu um outro empate a zero, em casa. Nos jogos de preparação, a Tunísia venceu no Egito e no Iraque, mas empatou com a Etiópia e com o Gabão, deixando algumas dúvidas sobre as escolhas do selecionador. No entanto, chegada a fase decisiva da prova, espera-se uma Tunísia ao melhor nível.

Darragi (Sion, Suiça), é o homem por onde passa a bola na grande maioria dos desenhos ofensivos dos tunisinos, mas Msakni (Esp. Tunis) e Jomaa (Kuwait SC) serão jogadores de quem se esperam exibições acima da média, para um percurso de sucesso.

Previsão: Apuramento no grupo e caminhada até à final, onde voltará a encontrar a Costa de Marfim.

Argélia

argéliaA geração de ouro argelina foi, e continuará a ser, a dos anos 80. Duas presenças no Mundial, uma Taça das Nações Africanas em 1990, uma outra final em 1980 e três presenças nas meias finais. Tendo regressado a um Mundial em 2010, esperava-se que a Argélia conseguisse, também na CAN, resultados de nota, mas não foi além de três presenças nos quartos de final. Finalmente, em 2012, acabou mesmo por ficar de fora da prova, regressando agora a um torneio com uma equipa que teria condições para o sucesso, não fosse ter tido o pior sorteio possível.

Na primeira fase de apuramento, a Argélia eliminou a Gâmbia, graças a vitórias por 2-1 e 4-1. Na segunda fase, o adversário foi a Líbia, também afastado graças a duas vitórias, por 1-0 e 2-0. Nos jogos de preparação, uma derrota frente à Bósnia, por 0-1, diz pouco sobre o que poderá acontecer na África do Sul.

Feghouli (Valência) é o jogador mais conceituado dos argelinos, num plantel que conta com jogadores a atuar em Espanha, França e também com os “portugueses” Halliche (Académica) e Soudani (V.Guimarães).

Previsão: Com capacidade para ser um osso bem duro de roer, a Argélia deverá ficar pela fase de grupos, dada a qualidade de Costa do Marfim e Tunísia.

Togo

togoA história da seleção togolesa confunde-se com a história do seu melhor jogador de sempre, Adebayor. Apesar de somar duas participações nos anos 70 e 80 na Taça das Nações Africanas, apenas com Adebayor o Togo passou a ser uma presença habitual e respeitada na competição, apesar de nunca ter ido além da fase de grupos. Em 2010, conseguiu uma surpreendente presença no Mundial de Futebol e 2013, com a promessa de regresso de Adebayor, os togoleses voltam a viver as esperanças de conseguir um resultado de monta na maior competição africana.

Uma derrota no Quénia, por 1-2, fez prever o pior, mas o Togo acabou por vencer 1-0 em casa e seguir para a segunda fase de qualificação, onde encontro o Gabão. De forma surpreendente, os togoleses empataram 1-1 fora e conseguiram vencer por 2-1 em casa. Na preparação para esta competição, o Togo voltou a alcançar um resultado de destaque, vencendo por 1-0 em Marrocos, mas também perdeu por 1-3 no Níger, deixando mensagens contraditórias sobre o que esperar da sua equipa na África do Sul.

A presença de Adebayor (Tottenham) no onze togolês acabará por abafar os outros componentes da equipa, embora se espere que Gakpe (Nantes, França) ou Romao (Lorient, França) possam mostrar qualidades.

Previsão: À partida, está condenado ao último lugar do grupo, podendo no entanto, graças à sua estrela, conquistar pontos e entrar na luta por uma presença nos quartos de final.

Boas Apostas!