Contagem regressiva para o início da edição 46 da Copa América, competição de seleções mais importante da América do Sul. Às dez seleções filiadas à CONMEBOL juntam-se Japão e Qatar, as duas nações convidadas. O Brasil, anfitrião da prova, integra o grupo A juntamente com as congéneres de Bolívia, Peru e Venezuela.

Brasil

Foto: "EVARISTO SA/AFP"

Foto: “EVARISTO SA/AFP”

Sempre que organizou a fase final da Copa América, a seleção brasileira conquistou o troféu. Os eleitos de Tite são os principais candidatos ao título e precisam de lidar com a pressão em dois níveis distintos: por um lado, a necessidade de manter a taxa de sucesso em edições da prova organizadas em território nacional – 100 por cento, com vitórias em 1919, 1922, 1949 e 1989; por outro, a necessidade de responder em casa depois do “vexame” de 2014 às mãos da Alemanha que ficará nos compêndios do futebol mundial.

A participação no Mundial 2018 não correu de feição. A expectativa brasileira à entrada para qualquer fase final é sempre elevada e a contratação de Tite fez com que os índices de confiança antes da viagem para a Rússia, mas a “Canarinha” não foi além dos quartos-de-final da competição.

O Brasil entra em cena como grande favorito à conquista da competição. Em teoria, a seleção brasileira é a que possui o melhor leque de opções e nem a ausência de Neymar, jogador que vai falhar a competição, mexe com esse facto. A qualidade dos seleccionáveis é tal que Tite certamente teve uma grande “dor de cabeça” na hora de elaborar a lista de convocados, deixando de fora elementos que se destacaram imenso na última época como Fabinho (Liverpool) e Lucas Moura (Tottenham), jogadores que estiveram frente a frente na final da Liga dos Campeões.

Bolívia

Apontada pela crítica como a seleção mais vulnerável de entre as dez filiadas à CONMEBOL, a Bolívia é apontada como “patinho feio” deste grupo A.  Os pergaminhos desta seleção – campeã da América do Sul nos longínquos anos 60 – são os de várias gerações aguerridas, capazes de criar dificuldades aos adversários sobretudo na altitude de La Paz, factor determinante para a conquista de alguns resultados históricos mesmo frente a seleções como o Brasil ou a Argentina – na memória permanece a humilhação sofrida pela “albiceleste” em 2009, derrotada por seis bolas a uma. Não se esperam grandes surpresas da parte da Bolívia, formação disponível e forte fisicamente mas com lacunas claras tanto em termos técnicos quanto tácticos.

Nos convocados de Eduardo Villegas, técnico que assumiu a equipa há seis meses, não há um único atleta que atue na Europa – 19 jogam no país de origem, dois no México (ambos ao serviço do Puebla), um na China e outro na Arábia Saudita. A quantidade de jogadores a atuar ainda no país de origem deve-se, claro está, ao processo de rejuvenescimento que Villegas tem levado a cabo, pelo que se pode esperar uma equipa com pouca experiência neste contexto competitivo. O principal rosto da equipa boliviana continua a ser Marcelo Moreno (Shijiazhuang Ever Bright, da segunda liga chinesa), avançado com passado associado ao Cruzeiro. Alejando Chumacero, jogador do Puebla com passagem pelo Sport, também é uma arma a ter em conta.

Peru

A seleção peruana é a principal candidata a acompanhar o Brasil rumo aos quartos-de-final da competição. Presente na fase final do Mundial da Rússia, a equipa peruana terminou o grupo C na terceira posição e abandonou a prova de forma precoce, mas o saldo final não é representativo em relação aquilo que foi a prestação da equipa de Ricardo Gareca na Rússia, tanto que os responsáveis pelo futebol daquele país optaram por manter o seleccionador argentino em funções. Os “Incas” apresentaram-se a bom nível e com um pouco mais de eficácia no último terço, poderiam ter alcançado a fase seguinte.

Paolo Hurtado lesionou-se no encontro amigável com a Colômbia e é baixa confirmada. Desta feita, ao contrário do que aconteceu antes do Mundial 2018, Gareca chega ao Brasil com a certeza de que poderá usar a sua principal referência ofensiva – de seu nome, Paolo Guerrero, avançado de 35 anos que está atualmente ao serviço do Internacional de Porto Alegre e atravessa uma boa fase em 2019.

Venezuela

O país tem atravessado uma grave crise diplomática e a participação da seleção na Copa América 2019 deverá ser a última das preocupações para boa parte da população, mas a verdade é que a Venezuela chega ao Brasil com argumentos interessantes e poderá muito bem ser uma das surpresas da fase de grupos. Para além de contar com jogadores experientes como Rosales, Rincón ou Rondón, a “Vinotinto” tem nas suas fileiras vários jogadores que brilharam no Mundial sub-20 de 2017. Rafael Duamel conhece-os bem, dado que passou anteriormente pelas seleções de sub-17 e sub-20 e já provou que a aposta na juventude é real. A “cereja no topo do bolo” é Josef Martínez, avançado do Atlanta United que continua a maravilhar o público da Major League Soccer.

Boas apostas!