Costa Rica – Grécia (Mundial 2014)

Este será o encontro mais improvável dos oitavos-de-final do Mundial 2014, entre uma equipa que ninguém esperava ver apurada frente a uma outra que poucos acreditariam ser capaz de ultrapassar adversários mais cotados. A Costa Rica é, de facto, a maior surpresa deste Mundial, não só pelos adversários que ultrapassou, mas também pela solidez tática que demonstrou ter e que faz acreditar que poderá atingir uma fase da competição nunca antes alcançada – o melhor resultado de Los Ticos, atingido em 1990, foi esta mesma fase. Os gregos voltam a mostrar que a sua receita tática serve os objetivos. O conjunto orientado por Fernando Santos demorou a encontrar o seu melhor futebol, mas no momento em que isso lhe foi exigido, mostrou experiência e capacidade para seguir em frente.

A Costa Rica entrou em grande neste Mundial ao vencer o Uruguai por 3-1. A equipa celeste até esteve a vencer, mas não esperou a capacidade demonstrada por Los Ticos na segunda metade do encontro. Seguiu-se nova vitória surpreendente, por 1-0, frente à Itália, enquanto na última jornada um empate a zero com a Inglaterra foi o suficiente para garantir o primeiro lugar no chamado grupo da morte. Jorge Luís Pinto é um treinador com larga experiência e percebeu-se ter estudado ao pormenor os seus adversários da primeira fase. Restará agora ver se conseguiu fazer o mesmo com a Grécia, que só no último minuto alcançou o seu apuramento. Jogadores como Campbell, Bryan Ruiz ou Bolaños são aqueles que mais dão nas vistas, pela forma como surgem na frente de ataque, mas Tejeda é uma peça instrumental do meio-campo de Los Ticos, enquanto Keylor Navas, na baliza, tem a difícil missão, até agora cumprida com sucesso, de evitar os golos adversários, algo que só o Uruguai conseguiu neste Mundial. Não se esperam mudanças nas caras que entrarão em campo, podendo, no entanto, especular sobre a missão de Tejeda, que perante uma equipa mais forte na forma como sobe pelas faixas, poderá acabar por compensar do lado de Bryan Ruiz, jogador mais fixo, sobrando para Bolaños a outra faixa. Jorge Luís Pinto deverá ter passado estes dias a pensar qual será o onze uruguaio para escolher entre colocar reforços à direita ou à esquerda…

Onze provável: K. Navas – Duarte, Gonzalez, Umaña – Gamboa, Borges, Tejeda, Junior Diaz – Bryan Ruiz, Bolaños – Joel Campbell.

Existem várias formas de olhar a chegada da Grécia aos oitavos-de-final. Podemos entender o seu percurso exclusivamente do ponto de vista da grande penalidade conquistada nos descontos da última jornada frente à Costa do Marfim ou tentar encontrar no seu percurso as marcas de identidade grega em busca do sucesso. O primeiro encontro, que terminou com uma pesada derrota por 0-3 frente à Colômbia, foi uma entrada onde tudo correu mal. Os gregos ainda tentaram reagir ao primeiro golo colombiano, mas acabaram por falhar na gestão do encontro e quase hipotecaram todas as suas hipóteses de apuramento. O empate com o Japão mostrou outros princípios na forma de abordar o encontro, mas aí já Fernando Santos percebia que tudo se jogaria no encontro frente à Costa do Marfim. E foi, de facto, contra os africanos que a Grécia mostrou o seu melhor futebol, mais aberto, mais consciente da necessidade de marcar para seguir em frente. O golo pode ter surgido de uma forma algo fortuita, mas não foi injusto o apuramento dos gregos. Agora, com Koné e Karnezis em dúvida, o mais provável é que os gregos voltem a estar na expetativa frente a Los Ticos. No entanto, não é de esperar que a Costa Rica avance muito no terreno, oferecendo o espaço que a Grécia necessita para armar o seu contra-ataque. Espera-se, sim, um jogo de xadrez entre dois técnicos bem conscientes das limitações das suas equipas.

Onze provável: Glykos – Torosidis, Manolas, Sokratis, Holebas – Katsouranis – Maniatis, Karagounis, Christodoulopoulos – Samaras, Salpingidis.

Grécia e Costa Rica nunca se defrontaram antes.

Sendo este um jogo de prognóstico bastante reservado, é de esperar um encontro tático e de expetativa, onde o conjunto que marcar primeiro tem largas chances de avançar para os quartos-de-final.

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