Com Bayern Munique e Real Madrid bem perto de terem garantido o apuramento para as meias-finais da Liga dos Campeões, parece cada vez mais perto de se ver Alemanha e Espanha a dominar a competição. Para isso, Borussia Dortmund e Barcelona terão que confirmar o favoritismo. A jogar em casa, os dois conjuntos partem com uma pequena vantagem sobre os adversários.
Jurgen Klopp entre os grandes
É assim mesmo que se vê o treinador alemão, a um pequeno passo de entrar numa galeria de grandes treinadores. Para isso, espera comprovar na Liga dos Campeões tudo aquilo que se disse e escreveu sobre o seu Borussia, que tem vindo a ser uma das equipas mais agradáveis de se acompanhar nos últimos anos. Pelo caminho, calhou-lhe encontrar a grande revelação da competição, o Málaga, que contra todas as expetativas, chegou aos quartos-de-final e continua a mostrar-se capaz de ir ainda mais longe.
Em campo, estão vários atores do futuro. Mais do lado do Borussia, que em Gotze e Reus tem dois membros seguros do que é o presente da seleção germânica, mas com Bender, Gurdogan e Hummels também com aspirações a assumirem plena titularidade no onze de Joachim Low. Em Málaga, vive Isco, um poço de técnica e criatividade que a cada jogo pode revelar-se decisivo, que talvez nunca tenha imaginado que poderia chegar tão longe com a camisola do clube da sua terra. Qualquer destes jogadores encontrará, no futuro, várias oportunidades para gravar o seu nome a ouro na conquista de troféus. Mas ambos desejam afirmá-lo desde já, na rebeldia da sua juventude.
Com tanta criatividade em campo, talvez o encontro se acabe por decidir na dose de experiência que cada equipa possa ter reservado para este momento. Em Dortmund, todos vivem este momento pela primeira vez. A generalidade dos jogadores, o próprio treinador, estão numa corrida ascendente em direção a serem considerados entre os maiores da Europa. Em Málaga, vivem algumas velhas raposas do futebol mundial, com Manuel Pellegrini à cabeça de um conjunto onde Joaquín, Júlio Baptista, Demichelis e Toulalan vão aspirando a conseguir um grande prémio a caminho do final das suas carreiras. Será um jogo apaixonante, sem resultado previsível à vista.
Qual a memória mais forte?
O Barcelona entrará em Camp Nou com duas possibilidades sobre a mesa. Ou se apresenta como a equipa dominadora que ainda consegue ser, a espaços, quer na Liga BBVA, quer na Liga dos Campeões – demonstrou isso mesmo frente ao AC Milan -, ou se deixa enredar na lembrança de uma eliminatória perdida para o Chelsea há perto de um ano. O Paris SG é, tal como o campeão europeu ainda em título, um conjunto treinado por um técnico italiano, acossado pela necessidade de conquistar respeito a nível europeu, liderado, em campo, por uma das mais fortes personalidades do futebol atual. Zlatan Ibrahimovic desejará, bem no fundo de si, sair como conquistador deste estádio onde não deixou saudades, mas é difícil imaginar o Barcelona a desperdiçar oportunidade de seguir em frente.
Com Tito Vilanova de regresso ao banco, os catalães recuperaram uma das razões que os fez tão fortes nos últimos anos – uma voz forte e segura na linha lateral. Vilanova pode não ser o idealista político que organizou um Barcelona que ficará na história, mas é, ainda assim, reconhecido como um dos importantes braços armados dessa liderança. Mesmo que Messi não recupere, vivem em Barcelona muitos artistas capazes de substituir o astro num momento delicado. Xavi e Iniesta terão, uma vez mais, que empurrar a sua equipa para uma vitória que lhe fugiu há um ano – para se defenderem, tanto do efeito Mourinho em Madrid, como de permitirem que o seu mais querido líder, Guardiola, se veja chegar a Munique com um Taça dos Campeões em exposição na sala.
E ainda…
O Real Madrid vai à Turquia com três golos de vantagem e dificilmente não garantirá ali o bilhete de presença nas meias-finais. José Mourinho tem optado por não criar muitos focos de guerra na caminhada para um objetivo claro, vencer a Liga dos Campeões. Fatih Terim só foi um verdadeiro adversário antes do jogo começar. Agora, será apenas mais uma passagem na carreira do Real Madrid nesta competição.
O Bayern Munique venceu por 2-0 uma Juventus que esteve muito aquém do esperado no jogo da primeira mão. Mesmo com uma desvantagem quase impossível de recuperar, Antonio Conte joga a honra do seu grupo, esperando que, mesmo afastado, o faça com uma vitória no seu estádio. Para o Bayern, a missão de não voltar a adormecer antes de um trabalho terminado. Na eliminatória passada, isso quase deu mal resultado. Desta vez, não se esperam distrações.
Boas apostas!