Liga ZON Sagres – O Sporting dominou o dérbi, permitindo, no entanto, uma janela de oportunidade na primeira metade do segundo tempo aos encarnados, que conseguiram, devido a grande jogada de Markovic, empatar a partida. Resultado justo pela forma como as principais figuras de cada equipa conseguiram aproximar-se da baliza adversária.

Foi o Sporting que entrou melhor na partida e, durante toda a primeira parte, subjugou o seu adversário. Montero e André Martins pressionavam muito alto, não permitindo ao Benfica sair a jogar, Carrillo, mais do que Wilson Eduardo, ocupavam as faixas com intensidade, Adrien e William Carvalho aproveitavam bem o espaço oferecido pelos encarnados e Jefferson, sobretudo nas bolas paradas, criava jogada de perigo atrás de jogada de perigo.

Montero Sporting

Montero festeja o golo dos leões

O lance do golo é um bom exemplo de como o Sporting conseguia dominar o meio-campo adversário. Carrillo encontrou espaço a descair para o meio, oferecendo a bola a Fredy Montero que colocou, de imediato, em André Martins, que havia surgido na faixa direita. O médio criativo fez um passe milimétrico para voltar a encontrar Montero, sozinho na área, cabeceando sem hipóteses para Artur.

Os leões continuaram a expressar a qualidade do seu jogo, baseada nessa pressão alta que não deixava o Benfica respirar. Do lado das águias, Enzo Pérez, devido a uma bolada na face, e Salvio, saíram lesionados antes do intervalo, e a equipa parecia perdida e amorfa na forma de abordar o jogo. Ainda assim, conseguir levar a partida com uma desvantagem de apenas um golo para os balneários foi onde a equipa de Jorge Jesus começou a ganhar o ponto conquistado.

Antes de Markovic e depois de Markovic

markovic benfica

O sérvio mudou o rumo do jogo

A entrada do jovem sérvio transformou um Benfica apagado num farol intenso na zona defensiva leonina. Sempre que o avançado conseguia ter a bola, desequilibrava por completo as linhas recuadas do Sporting, que revelaram sempre muita dificuldade para utilizar a falta como meio de parar o sérvio. William Carvalho, que esteve sempre muito bem no capítulo do passe, pecou na recuperação da bola, deixando, primeiro Gaitán e depois Markovic, escapar-lhe com demasiada facilidade.

Depois do golo – uma jogada individual fantástica de Markovic –, o Benfica ainda viveu mais alguns minutos de encanto, tentando empurrar o Sporting para a sua área. Nesta altura, o Benfica já tinha perdido Gaitán, também lesionado, para entrar Cardozo – em pré-temporada, apagado, como seria de esperar -, enquanto o Sporting tentara equilibrar defensivamente tirando Wilson Eduardo para refazer a defesa com Eric Dier.

Nos últimos vinte minutos, o Sporting voltou a conquistar terreno, mas com a equipa já demasiado fatigada, teve sempre dificuldades para encontrar espaço no triângulo das Bermudas ocupado por Garay, Luisão e Matic. Leonardo Jardim ainda juntou Slimani ao colombiano, mas só através de livre direto, com remate de Montero, conseguiu criar uma jogada de perigo iminente para as redes de Artur.

No final da partida, a divisão dos pontos acaba por ser justa, revelando que o Benfica, sem brilho para além de Markovic, tem ainda um plantel com qualidade e experiência para não desmerecer no confronto com as equipas mais fortes da Liga, enquanto o Sporting mantém intacto o seu processo de crescimento.

As figuras

Montero – correu, lutou, pressionou, conquistou bola e terreno à defesa encarnada. É um jogador incansável, que não vira a cara à luta e continua a marcar. Quinto golo em três jogos mostra que, em Alvalade, mora um avançado com capacidade letal.

Jefferson – enquanto teve energia, foi ele quem subiu sempre a desequilibrar, somando uma peça ao xadrez ofensivo dos leões. Na defesa, também não permitiu, nunca, que os seus adversários criassem perigo do seu lado. Saiu esgotado, depois de ter cumprido a sua missão numa posição mais avançada.

Maurício – os dois centrais do Sporting passaram no teste de enfrentar uma frente de ataque mais perigosa, com o brasileiro a revelar muita garra, acerto nas entradas para a bola e também um jogo aéreo impressionante.

Markovic – o Benfica deve-lhe quase tudo neste jogo. Foi com ele em campo que os encarnados reagiram, quase sempre com a bola a passar pelos pés do sérvio, em velocidade e em qualidade técnica estonteante. Tem que ser titular.

Matic – Jorge Jesus espera, e com razão, não perder ninguém até ao fecho do mercado, e o médio defensivo dos encarnados deverá ser a peça que o técnico terá mais dificuldade para substituir. Quer na defesa, quer a sair para o ataque, Matic esteve sempre presente, oferecendo resistência a uma equipa demasiado cinzenta.

Boas apostas!