Terminada a Liga ZON Sagres com o Benfica a sagrar-se campeão 2013/14 e o Sporting a marcar o seu regresso à Liga dos Campeões. Entre sonhos desfeitos e a confirmação de valores que se tornaram seguros, surgem novas estrelas, quer no relvado, quer nos bancos. Assim foi a história da Liga ZON Sagres esta temporada.
1-Jesus foi perdoado com o Benfica a regressar aos títulos. Não só a Liga, mas também a Taça da Liga e ainda mais duas competições por disputar, nos próximos dias, com o Benfica a ansiar, voltar a provar a história de vencer uma competição europeia e conquistar o Jamor. Para além do treinador, o Benfica foi, de longe, a equipa com melhores jogadores neste campeonato, com Lima, Rodrigo, Gaitán, Enzo Pérez, Luisão, Garay e Oblak a brilharem nas respetivas posições, num grupo com muitas opções de qualidade também no banco. Um campeão absoluto.
2-O novo Sporting de Leonardo Jardim termina a época sob a ameaça da saída do seu técnico para o Mónaco. O madeirense conquistou o coração dos adeptos leoninos ao devolver o sonho de título a Alvalade, com um futebol atraente e golos. Destacando-se, também, pela eficácia defensiva, este Sporting tocou os seus limites e precisa de um verão de sorte para se poder reforçar com vista à nova época.
3-O erro de casting no Porto, sob a forma do treinador Paulo Fonseca, custou um preço bem elevado aos Dragões. A equipa saiu, cedo, das contas do título e não foi capaz de valorizar os seus principais ativos. Espera-se uma pequena revolução nos azuis e brancos, de forma a esquecer rapidamente uma temporada onde só o técnico da equipa B, Luís Castro, conseguiu criar alguma ilusão, com a eliminação do Nápoles na Liga Europa.
4-O Estoril confirma-se, tal como Marco Silva, como valores sólidos da Liga. A equipa não se ressentiu da saída de vários jogadores preponderantes e, depois de uma carreira aceitável na Europa, voltou a terminar em quarto lugar. Agora verá o seu treinador sair e, muito provavelmente, mais alguns jogadores. Será um verão de curso intensivo para a administração dos canarinhos, se quiserem manter-se próximos do nível europeu.
5-William Carvalho foi a grande revelação da Liga ZON Sagres. Passou de praticamente desconhecido, depois de época e meia a jogar na Bélgica e algumas aparições na Seleção de Sub-21, para líder do Sporting e candidato a ser titular na Seleção Nacional no Mundial do Brasil. É um jogador como é raro encontrar-se em Portugal, conjugando acerto posicional, talento técnico e capacidade física. Talvez não tenha oportunidade de voltar a jogar no nosso país, caso confirme o seu valor este verão.
6-O segredo de Manuel Machado para ser capaz de, regularmente, qualificar as suas equipas para as provas da UEFA, qual será? O professor minhoto já conquistou o título de melhor técnico português a nunca ter sido equacionado para um dos grandes. Deverá manter-se pela Madeira, onde o Nacional resiste como um bom exemplo de como se pode parecer um grande, mesmo sendo dos mais pequenos.
7-As finais do Rio Ave, na Taça da Liga e na Taça de Portugal, trouxeram Nuno Espírito Santo para o mediatismo, mas talvez tenham sido algumas das exibições dos vilacondenses fora de casa que mais nos dizem da capacidade de leitura tática deste técnico. Neste clube, deverá continuar a crescer algumas sementes do Império de Jorge Mendes, ainda que o treinador deva ser promovido a um nível de maior responsabilidade e exigência.
8-A quebra do SC Braga e a sua saída das competições europeias na próxima temporada é um golpe duro para as más escolhas levadas a cabo por António Salvador no verão passado. Sem ter sido capaz de inovar em termos técnicos, preferindo um regresso ao passado, o clube também não se viu competente a nível do mercado, para além de ter sofrido, provavelmente, a maior percentagem de lesões desta Liga. Para o ano exige-se um regresso ao espírito guerreiro que tem marcado a vida do Arsenal do Minho.
9-O carrocel do Paços de Ferreira levou a equipa, em poucos meses, a passar do playoff da Liga dos Campeões à Liguilha da Manutenção. Vários erros na escolha dos treinadores e também desordenação na escolha dos reforços explicam apenas parte daquilo que se passou na Mata Real. No fim, percebe-se que tentar fugir da sua identidade pode ser fatal.
10-Aliás, a Olhanense é um exemplo ainda mais apurado disso mesmo. Vivendo um autêntico Calciokaos, os algarvios são uma soma de péssimas escolhas, desde a formação do plantel, aos timings de mudança de treinadores e às opções de mudança de Estádio. Descem de divisão, com justiça, porque foram a equipa que mais vezes mostrou fragilidades insanáveis na sua organização. O regresso à Liga2 tanto poderá ser uma oportunidade, como uma condenação. Na Liga principal do nosso futebol, não parece sobrar espaço para o amadorismo mascarado de investimento estrangeiro.
Boas Apostas!